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A FIFA é uma máquina de fazer dinheiro e Blatter vai mantendo os seus apoiantes felizes. Não com sorrisos ou qualquer tipo de simpatia. Mas, sim, com dinheiro. Retribuições de lucros para as federações.
O escândalo desvendado na manhã desta quarta-feira (27) pelo FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, é algo nojento, esdrúxulo, que mancha ainda mais a "credibilidade" da Fifa. Mancha esta que pode ser definida com dinheiro sujo. Pagamento de propinas.
A Fifa não é um Estado, e se fosse, com sua crônica de propinas, estaria entre as cleptocracias da segunda divisão. É uma organização de cartolas, criminosos, que envolvem bilhões de dólares. O que eles querem? Simplesmente comprar votos para sediar uma Copa do Mundo - a principal competição do futebol.
Sepp Blatter era atacante de um povoado, onde dizia os amigos que era talentoso com a bola, rápido e artilheiro. A mesma categoria que ele esbanjou nos gramados dos Alpes demonstra, agora, na Fifa. Talentoso para envolver o dinheiro em tudo. Artilheiro em comprar votos e fazer com que os outros candidatos sintam medo da sua autoridade.
O futebol é só mais uma vítima da corrupção - doença que está espelhada onde há dinheiro e poder. É uma dinastia fortalecida, mas que apresenta ruínas. A investigação que acontece é um marco histórico no esporte mais popular do mundo.
Não se pode esquecer de que com a entrada de Blatter no comando da entidade, a mesma cresceu. Quando entrou na FIFA, os seus membros eram 144. Em 2015, são 209. Foi com Sepp que a entidade ganhou um luxuoso império sediado em Zurique, na Suíça.
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As Copas da Rússia (2018) e Qatar (2022) serão apurados. Houve compra de votos. Porém a entidade afirmou que não se mudará as sedes. Quer outro fato?
Nawaf e Blatter, respectivamente |
A acusação aos nove dirigentes ou ex-dirigentes da FIFA e aos cinco parceiros passa por corrupção, extorsão e branqueamento de capitais, ao longo de 24 anos. Terão recebido e redistribuído mais de 150 milhões de dólares (cerca de 140 milhões de euros) desde 1991, com os direitos de difusão de torneios internacionais, entre os quais a Copa do Mundo.
Os patrocinadores americanos da FIFA emitem notas dizendo que vão avaliar se seguirão mandando dinheiro para a entidade. McDonalds sofre um grande assédio para cancelar o contrato, assim como Adidas, Coca-Cola e Visa, que também já se pronunciaram. Todas as empresas vão reavaliar seus contratos.
Segundo a Justiça Americana, a CBF pediu US$ 20 milhões em propinas de parceiros comerciais pela Copa América de 2019. Em 2013, José Maria Marin recebeu cerca de US$ 3 milhões em propinas pela mesma Copa América. No mesmo ano, cobrou propinas anuais de R$ 2 milhões de parceiros comerciais para ceder direitos para a Copa do Brasil de 2014, vencida pelo Atlético-MG sobre o Cruzeiro.
Quarta-feira, o dia da semana em que a TV é sinônimo de futebol. Só que ao invés do gramado verde, dos astros da circunferência, o som das torcidas, foi o dia em que mandatários, chefões da sujeira foram presos e banidos de qualquer atividade relacionada ao futebol. Um abalo sísmico que instilou nos corredores sujos e escuros daquela que se diz entidade máxima do futebol.
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