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quinta-feira, 28 de maio de 2015

O Império da Fifalândia está próximo do fim

Divulgação
Todo Império tem seu fim. Vimos a queda do Império Romano, Chinês, ambas com as suas dinastias. Caíram de maneira trágica e que deixaram várias consequências. O próximo Império que está acabando é o da Fifa, ao qual podemos criar um nome: Fifalândia, a Disney da lavagem de dinheiro, corrupção e fraude.

A FIFA é uma máquina de fazer dinheiro e Blatter vai mantendo os seus apoiantes felizes. Não com sorrisos ou qualquer tipo de simpatia. Mas, sim, com dinheiro. Retribuições de lucros para as federações.

O escândalo desvendado na manhã desta quarta-feira (27) pelo FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, é algo nojento, esdrúxulo, que mancha ainda mais a "credibilidade" da Fifa. Mancha esta que pode ser definida com dinheiro sujo. Pagamento de propinas.

A Fifa não é um Estado, e se fosse, com sua crônica de propinas, estaria entre as cleptocracias da segunda divisão. É uma organização de cartolas, criminosos, que envolvem bilhões de dólares. O que eles querem? Simplesmente comprar votos para sediar uma Copa do Mundo - a principal competição do futebol.

Sepp Blatter era atacante de um povoado, onde dizia os amigos que era talentoso com a bola, rápido e artilheiro. A mesma categoria que ele esbanjou nos gramados dos Alpes demonstra, agora, na Fifa. Talentoso para envolver o dinheiro em tudo. Artilheiro em comprar votos e fazer com que os outros candidatos sintam medo da sua autoridade.

O futebol é só mais uma vítima da corrupção - doença que está espelhada onde há dinheiro e poder. É uma dinastia fortalecida, mas que apresenta ruínas. A investigação que acontece é um marco histórico no esporte mais popular do mundo.

Não se pode esquecer de que com a entrada de Blatter no comando da entidade, a mesma cresceu. Quando entrou na FIFA, os seus membros eram 144. Em 2015, são 209. Foi com Sepp que a entidade ganhou um luxuoso império sediado em Zurique, na Suíça.

Foto: Divulgação
Entre os indiciados estão o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, e José Margulies, brasileiro indiciado por intermediar pagamentos ilegais. Além desses, outro brasileiro teve participação direta nos pagamentos de propinas - José Hawilla, dono do grupo Traffic e da TV Tem, afiliada da TV Globo do Interior do Estado de São Paulo. Hawilla já devolveu cerca de R$ 470 milhões e afirmou saber da negociação.

As Copas da Rússia (2018) e Qatar (2022) serão apurados. Houve compra de votos. Porém a entidade afirmou que não se mudará as sedes. Quer outro fato?

Nawaf e Blatter, respectivamente
Nawaf Shukralla é um árbitro de 38 anos. Apareceu no cenário do futebol após apitar algumas partidas da Liga dos Campeões da Ásia, de 2013. Nascido no Bahrein, apitou alguns jogos da Copa do Mundo, como Austrália x Espanha e Portugal x Gana. O absurdo de um juiz de um país inexistente neste universo do futebol só tem uma razão de ser: os interesses eleitoreiros do nefando cartola Joseph Blatter, o suíço de 78 anos que está há 39 anos encastelado na FIFA.

A acusação aos nove dirigentes ou ex-dirigentes da FIFA e aos cinco parceiros passa por corrupção, extorsão e branqueamento de capitais, ao longo de 24 anos. Terão recebido e redistribuído mais de 150 milhões de dólares (cerca de 140 milhões de euros) desde 1991, com os direitos de difusão de torneios internacionais, entre os quais a Copa do Mundo.

Os patrocinadores americanos da FIFA emitem notas dizendo que vão avaliar se seguirão mandando dinheiro para a entidade. McDonalds sofre um grande assédio para cancelar o contrato, assim como Adidas, Coca-Cola e Visa, que também já se pronunciaram. Todas as empresas vão reavaliar seus contratos.

Segundo a Justiça Americana, a CBF pediu US$ 20 milhões em propinas de parceiros comerciais pela Copa América de 2019. Em 2013, José Maria Marin recebeu cerca de US$ 3 milhões em propinas pela mesma Copa América. No mesmo ano, cobrou propinas anuais de R$ 2 milhões de parceiros comerciais para ceder direitos para a Copa do Brasil de 2014, vencida pelo Atlético-MG sobre o Cruzeiro.

Quarta-feira, o dia da semana em que a TV é sinônimo de futebol. Só que ao invés do gramado verde, dos astros da circunferência, o som das torcidas, foi o dia em que mandatários, chefões da sujeira foram presos e banidos de qualquer atividade relacionada ao futebol. Um abalo sísmico que instilou nos corredores sujos e escuros daquela que se diz entidade máxima do futebol.

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