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terça-feira, 19 de maio de 2015

Entrevista com Cássio Barco

Foto: Divulgação
Formado em Jornalismo pela Unisanta no ano de 2008, Cássio Barco faz parte da equipe do Globo Esporte. Atualmente é correspondente da emissora em Barcelona. No site globoesporte.com, faz matérias inusitadas, além das notícias cotidianas do clube e material mais denso, como a reforma do grandioso estádio Camp Nou. Já cobriu dois Mundiais de Clubes, uma final de Libertadores e vai para sua terceira final de Champions League.

Em entrevista para o Blog do Gabriel Dantas, Cássio contou sobre sua trajetória, falou do seu principal sonho e do dia em que cobriu um fato não esportivo.

Para os futuros leitores, quem é Cássio Barco?
Pergunta difícil (risos). Estou descobrindo quem realmente sou. Mas sou um cara apaixonado pela minha profissão. Procuro encontrar um jeito inovador para contar uma história. Trabalho para o globoesporte.com, Rede Globo e SporTV.

Conte a sua trajetória no Jornalismo
Me formei em Jornalismo pela Unisanta em 2008. Durante a minha graduação, fiz dois anos e meio de estágio na comunicação do Santos. Após isso, trabalhei no setor de comunicação da Energy Sports, grupo de compras de jogadores. Foi aí que um grande amigo meu que trabalhou no portal Santista Roxo assumiu a comunicação do Santos e me convidou para criar um novo projeto para a Santos TV. Vim para Santos, fiquei até marco de 2011, quando o Zé Gonzalez, chefe do globoesporte.com viu o meu trabalho e gostou. Assim, me convidou para trabalhar no site como vídeo-repórter. Estou em Barcelona há um ano e três meses. A previsão é que eu fique por mais dois anos.

Você acha que o profissional esportivo deve citar o time que torce?
Ele não deve citar. Mas quando for perguntado, não vejo problema em responder. Na Europa, não há algo tão violento, como ocorre no Brasil. Aqui na Espanha é fácil a identificação. Ou você é Barcelona, ou Real Madrid. Pelo meu histórico, é fácil saber para qual equipe torço (risos).

Quem são os jornalistas e/ou profissionais de comunicação que mais admira?
Tem um cara que está acima de todos: Tiago Leifert. Ele é um exemplo em tudo o que faço. Um dos caras mais requisitados do jornalismo esportivo atualmente. Era o primeiro a chegar na redação, levava a sério as notícias que iriam ser contadas, sempre tentava achar uma maneira diferente em contar uma história. Fora o seu carisma atrás das câmeras. O meu ex-chefe de redação em São Paulo, Zé Gonzalez. Referência de um profissional que faz com que o trabalho em equipe seja sempre valioso. Sabe ouvir toda a equipe. E o Arnaldo Hase, assessor de comunicação, que trabalha na TV Palmeiras e TV Goiás. Um cara muito ativo e criativo.

Qual foi o momento mais importante que já presenciou na sua carreira?
A final da Champions League passada, em Lisboa. Estava com um lead, pronto e maravilhoso, sobre o título do Atlético de Madrid. Mas o Sérgio Ramos empatou o jogo aos 93 minutos, fazendo com que o meu texto fosse totalmente transformado. Foi histórico. Fora isso, foram dois Mundiais de Clubes, título do Santos na Libertadores de 2011. Momentos especiais no esporte. Mas o ponto alto da minha carreira, ironicamente, não foi sobre futebol,  e sim sobre a queda do avião na França, matando 150 pessoas. Fiz matérias para todos os telejornais da TV Globo.

Para você, qual a principal diferença existente entre uma matéria de internet e televisão?
As minhas matérias de internet em vídeo têm mais espaço. Posso fazer uma matéria de até 6 minutos. Para televisão, é complicado. O Globo Esporte é um programa de 30 minutos, que tem que falar sobre os quatro clubes grandes de São Paulo. Caso sobre tempo, a matéria mais interessante pode ir para o ar. A linguagem também é um diferencial, pois na Internet eu posso ser mais direto do que na TV.

Atualmente você está em Barcelona. Como apareceu essa oportunidade?
No meio de 2013, eu fui para a Inglaterra cobrir a final da Champions League entre Bayern de Munique x Borussia Dortmund. A final ocorreu num sábado, mais precisamente 25 de maio. Nesse mesmo dia, o atacante Neymar havia fechado com o Barcelona. Assim, o Zé Gonzalez me mandou de Dortmund para Barcelona. Colhi reportagens, apurei e fiquei 10 dias em Barcelona até quando o Neymar chegou para se apresentar. Quando voltei para o Brasil, tinha um projeto de viver na Europa, até mesmo em Londres. Mas o meu chefe me fez um convite para morar em Barcelona, para acompanhar o clube e o Neymar. Eu aceitei.

Quais são suas opiniões a respeito da atual seleção brasileira?
Para falar a verdade, não estou acompanhando muito a seleção brasileira. A minha concentração está no futebol europeu. Então, não sei se posso opinar com tanta propriedade. Porém tem que haver uma reformulação, principalmente após a Copa do Mundo. Precisamos igualar aos europeus para voltar a disputar com igualdade contra Itália, Espanha. Diferença tática e disciplina são características bem notórias.

Você fez uma matéria sobre o avião que caiu na França, que matou 150 pessoas. Qual a sensação de reportar um fato que não é esportivo?
Eu nunca duvidei de que poderia fazer. Mas existe um tabu, por conta de ser um jornalista esportivo. Mas, me ofereci a ajudar. Com isso, após uma hora, já estava no ar, por telefone, na Globo News, relatando os fatos. E encontrei um personagem que se livrou do voo, rendendo uma matéria. Foi legal trabalhar com outra área, mas espero que os próximos desafios não sejam tão catastróficos.

Sabe-se que jornalista trabalha 24 horas atrás de informações. Como você concilia o trabalho com sua vida pessoal? Tem tempo para lazer?
Sim, consigo conciliar. Porém como é final de temporada, a situação fica difícil. Final de Champions League, Copa do Rei da Espanha. A correria é maior. Mas quando tenho folga, procuro aproveitar, principalmente no verão, já que o inverno é rigoroso.

Um sonho que pretende realizar?
Quero cobrir uma Copa do Mundo. Iria cobrir a do Brasil, mas como vim para Barcelona, acabei perdendo essa chance. Então, a minha participação na Copa foi de maneira diferente. Na estreia da seleção brasileira, contra a Croácia, fui para o país ver como seria a reação do torcedor. Na segunda fase, fiquei na Alemanha. Inclusive, estava no dia do 7 a 1. Fui para o estádio do Union Berlim, onde os moradores levaram sofás e assistiram aos jogo. Após o fim da partida, recebi muitos abraços. Foram carinhosos.

Uma reportagem inesquecível? Por quê?
As reportagens das quais mais gosto são aquelas em que eu não apareço. Gosto de fazer produções grandes. Vou citar duas inesquecíveis, e ambas são com o Corinthians. A primeira foi no dia da final da Libertadores, contra o Boca Juniors, no Pacaembu. Encerro a matéria com três jogadores contando como foi a caminhada da equipe, junto com uma trilha sonora de um filme. Após a reportagem, recebi inúmeras mensagens de torcedores, dizendo que ficaram emocionados. Foi muito legal. E a outra, foi na estreia do Timão no Mundial de Clubes, sobre o Banzai, Corinthians! Juntei Ronaldo Fenômeno, Thiaguinho, Negra Li, Luan Santana entre outros. Teve uma matéria em que fizemos o hino do Corinthians em japonês. Foram nove minutos de material.

Para finalizar, deixe um recado para os nossos leitores que querem seguir a área do jornalismo e nos conte como é trabalhar no globoesporte.com
Trabalhar no globoesporte.com é algo que recomendo para todos, principalmente por conta do Zé Gonzalez, que é o chefe e tem uma equipe maravilhosa. Um lugar incrível para se desenvolver. Se você tem um potencial criativo, esse é o melhor lugar. Estão sempre atentos para ouvir novos projetos. Dentro do site é onde você pode alcançar voos mais altos. E um recado para os leitores: sigam seus sonhos e acredite sempre neles. Meu sonho era ser correspondente, fui atrás e consegui. Estou muito feliz em fazer parte!

2 comentários:

  1. Parabéns pela entrevista. Muito boa e com certeza Cássio cobrirá muitas copas continue acreditando e correndo atras de seus sonhos. Se precisar voar, voe.

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  2. Parabéns pela entrevista. Muito boa e com certeza Cássio cobrirá muitas copas continue acreditando e correndo atras de seus sonhos. Se precisar voar, voe.

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