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quinta-feira, 28 de maio de 2015

O Império da Fifalândia está próximo do fim

Divulgação
Todo Império tem seu fim. Vimos a queda do Império Romano, Chinês, ambas com as suas dinastias. Caíram de maneira trágica e que deixaram várias consequências. O próximo Império que está acabando é o da Fifa, ao qual podemos criar um nome: Fifalândia, a Disney da lavagem de dinheiro, corrupção e fraude.

A FIFA é uma máquina de fazer dinheiro e Blatter vai mantendo os seus apoiantes felizes. Não com sorrisos ou qualquer tipo de simpatia. Mas, sim, com dinheiro. Retribuições de lucros para as federações.

O escândalo desvendado na manhã desta quarta-feira (27) pelo FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, é algo nojento, esdrúxulo, que mancha ainda mais a "credibilidade" da Fifa. Mancha esta que pode ser definida com dinheiro sujo. Pagamento de propinas.

A Fifa não é um Estado, e se fosse, com sua crônica de propinas, estaria entre as cleptocracias da segunda divisão. É uma organização de cartolas, criminosos, que envolvem bilhões de dólares. O que eles querem? Simplesmente comprar votos para sediar uma Copa do Mundo - a principal competição do futebol.

Sepp Blatter era atacante de um povoado, onde dizia os amigos que era talentoso com a bola, rápido e artilheiro. A mesma categoria que ele esbanjou nos gramados dos Alpes demonstra, agora, na Fifa. Talentoso para envolver o dinheiro em tudo. Artilheiro em comprar votos e fazer com que os outros candidatos sintam medo da sua autoridade.

O futebol é só mais uma vítima da corrupção - doença que está espelhada onde há dinheiro e poder. É uma dinastia fortalecida, mas que apresenta ruínas. A investigação que acontece é um marco histórico no esporte mais popular do mundo.

Não se pode esquecer de que com a entrada de Blatter no comando da entidade, a mesma cresceu. Quando entrou na FIFA, os seus membros eram 144. Em 2015, são 209. Foi com Sepp que a entidade ganhou um luxuoso império sediado em Zurique, na Suíça.

Foto: Divulgação
Entre os indiciados estão o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, e José Margulies, brasileiro indiciado por intermediar pagamentos ilegais. Além desses, outro brasileiro teve participação direta nos pagamentos de propinas - José Hawilla, dono do grupo Traffic e da TV Tem, afiliada da TV Globo do Interior do Estado de São Paulo. Hawilla já devolveu cerca de R$ 470 milhões e afirmou saber da negociação.

As Copas da Rússia (2018) e Qatar (2022) serão apurados. Houve compra de votos. Porém a entidade afirmou que não se mudará as sedes. Quer outro fato?

Nawaf e Blatter, respectivamente
Nawaf Shukralla é um árbitro de 38 anos. Apareceu no cenário do futebol após apitar algumas partidas da Liga dos Campeões da Ásia, de 2013. Nascido no Bahrein, apitou alguns jogos da Copa do Mundo, como Austrália x Espanha e Portugal x Gana. O absurdo de um juiz de um país inexistente neste universo do futebol só tem uma razão de ser: os interesses eleitoreiros do nefando cartola Joseph Blatter, o suíço de 78 anos que está há 39 anos encastelado na FIFA.

A acusação aos nove dirigentes ou ex-dirigentes da FIFA e aos cinco parceiros passa por corrupção, extorsão e branqueamento de capitais, ao longo de 24 anos. Terão recebido e redistribuído mais de 150 milhões de dólares (cerca de 140 milhões de euros) desde 1991, com os direitos de difusão de torneios internacionais, entre os quais a Copa do Mundo.

Os patrocinadores americanos da FIFA emitem notas dizendo que vão avaliar se seguirão mandando dinheiro para a entidade. McDonalds sofre um grande assédio para cancelar o contrato, assim como Adidas, Coca-Cola e Visa, que também já se pronunciaram. Todas as empresas vão reavaliar seus contratos.

Segundo a Justiça Americana, a CBF pediu US$ 20 milhões em propinas de parceiros comerciais pela Copa América de 2019. Em 2013, José Maria Marin recebeu cerca de US$ 3 milhões em propinas pela mesma Copa América. No mesmo ano, cobrou propinas anuais de R$ 2 milhões de parceiros comerciais para ceder direitos para a Copa do Brasil de 2014, vencida pelo Atlético-MG sobre o Cruzeiro.

Quarta-feira, o dia da semana em que a TV é sinônimo de futebol. Só que ao invés do gramado verde, dos astros da circunferência, o som das torcidas, foi o dia em que mandatários, chefões da sujeira foram presos e banidos de qualquer atividade relacionada ao futebol. Um abalo sísmico que instilou nos corredores sujos e escuros daquela que se diz entidade máxima do futebol.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Jogadores brasileiros precisam jogar mais e reclamar menos

Os jogadores brasileiros são mal-acostumados. Em vez de jogarem, apenas reclamam. E eles estão cientes de que a reclamação ostensiva é uma brecha para receber cartão amarelo. E o que fazem? Exatamente isso, reclamam.

Em nenhum outro campeonato no mundo, reclama-se tanto como aqui. O jogador quer sempre ter a razão. O mesmo que simula faltas é o que parte para cima da arbitragem. E quando recebe punição, vai para as câmeras instaladas no gramado e....reclamam.

Desde o dia 9 de maio, está evidente em um o documento, que avisa que os juízes têm ordem para advertir e até expulsar de campo o atleta que reclamar ostensivamente, ou mesmo sair pedindo cartão para o adversário. Está proibida também a rodinha de jogadores pressionando o homem do apito.

Os atletas, antes do início de cada partida, recebem uma cartilha explicitando todos os detalhes da partida. Mas sequer leem. Ignoram.

A cada rodada do Brasileiro ou de qualquer competição nacional, fica mais claro ainda que o futebol é um puro reflexo da sociedade. A falta de respeito é uma das consequências. Quer uma comparação? Aqui faço. Basta olharmos atentamente para os casos de violência dos alunos com os professores, dos bandidos com os policiais. É tudo muito simples.

As novas orientações de não marcar falta em qualquer lance e dar cartão amarelo para quem reclama são sinais pequenos, mas significativos de melhorias no ordenamento da CBF e do comando de arbitragem. Jogador brasileiro é muito mimado.

Os árbitros de futebol têm que dar um exemplo. Mostrar quem realmente manda na partida. Um outro detalhe merece ser colocado aqui: questão cultural. Jogadores do "país do futebol" reclamam dos salários, das condições irregulares do gramado, das torcidas. Enfim, de tudo. Na Inglaterra, por exemplo, os atletas reclamam quando apenas há um bom motivo.

Dessas novas orientações, a única que não concordo está baseada na comemoração. As novas arenas, que não têm alambrado, possuem uma escada para facilitar o acesso dos torcedores ao gramado em casos de emergência; e servem para aproximar o torcedor do jogador. E quando o atleta faz um gol e decide comemorar com a torcida ali presente, recebe advertência. Isso é um abuso de poder.

E por que os jogadores não reclamam sobre esse artigo? Porque preferem reclamar de uma falta que foi claramente cavada, com o intuito de ludibriar o árbitro e atrapalhar a sequência da partida.

Os jogadores têm que parar com essa mania. Precisam ser mais atuantes para beneficiar a equipe que representa. Quando eles realmente perceberem que o ato de simular e reclamar é uma atitude errada e sem legitimidade, finalmente o jogo será melhor, com mais fluência e bola rolando. E, por consequência, os números de cartões e punições serão diminuídos.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

1000 gols

20 de maio de 2007. Um domingo normal. Almoço em família, rodada de Campeonato Brasileiro.

Meu time havia jogado às 16 horas. Não me lembro se perdeu ou ganhou. Mas não vem ao caso.

Era 18h30. Começava ali mais um jogo de futebol. Vasco x Sport. São Januário.

Um jogo comum. Mas que se tornaria especial.

Decidi ouvir a partida pelo Rádio. Era e ainda sou apaixonado por esse veículo de informação e entretenimento.

Romário buscava a marca de 1000 gols. O que representa?

São três zeros. É uma questão de quantidade, não de qualidade.

Não seria melhor continuar com 999. Um número mais representativo.

Três nove. É a busca incessante da numerologia.

Pelé ultrapassara a marca de 1000 gols. Não quis continuar com os três zeros.

Dizem que Friedenreich teria marcado 1329 gols, mais que Pelé, inclusive.

Dizem, mas não provam.

No livro de Alexandre da Costa “O Tigre do futebol” estão contabilizados 554 gols.

O gol de Romário não queria sair. Desistira? Jamais.

A emoção do narrador surgiu aos 25 minutos da primeira etapa.

Luiz Penido, da Rádio Globo.

Romário emendou, num belíssimo bate-pronto, um cruzamento da esquerda.

O zagueiro Durval salvou a bola que iria cair caprichosamente no ângulo direito do goleiro Magrão.

O narrador parece não se conformar com aquela intervenção. Por quê, Durval?

O gol sairia no momento exato.

Thiago Maciel cruzou na ponta direita e Durval - o mesmo que havia impedido o golaço de Romário - estendeu o braço para evitar o cruzamento. Pênalti marcado.

1000 gols?

Sim. Todos sabem que Romário era um grande especialista em cobrança de pênaltis.

Momento mágico. Uma espécie de sinfonia de Beethoven. Ou uma peça de Romeu e Julieta.

Amor ao clube. Amor à bola e à rede. Combinação perfeita. Mas que possui um tema dramático.

Afinal, nem sempre a circunferência chegara com precisão aos seus pés, ou ia de encontro à sua cabeça.

Ou havia a invalidez da gol - a obra-prima de uma partida.

Dois minutos da etapa complementar. A consagração total.

Não havia impedimento. Era Romário e a bola.

Romário: bola de um lado. Goleiro, do outro.

Apoteótico. Às sete horas e dezenove minutos. Honra!

O milésimo. Repórteres, cinegrafistas, fotógrafos em campo.

O mundo estava em São Januário. Torcedores ficaram de pé para reverenciar aquele que escreve seu nome na história do clube, assim como Carlos Drummond de Andrade na Literatura.

Aliás, como não se lembrar do livro Poesia Errante, de 1988?

Drummond, um gênio que vestira a camisa 10, indaga: Futebol se joga no estádio? Ele mesmo responde.

Futebol se joga na praia,
Futebol se joga na rua,
Futebol se joga na alma.

A emoção. A volta olímpica.

Aconteceu em São Januário - como queria o presidente do clube, Eurico Miranda.

Noticiou-se que Romário não haveria marcado essa quantidade de gols.

Oras, não creio que seja necessário ao autor de tantos gols ser obrigado a contá-los para que o mundo os reconheça. Assim como acontece com Túlio Maravilha. Respeitem!

Que importa a nós tenha Romário 899 ou três mil gols? Em qualquer outro país, a proeza teria provocado uma justa euforia. Aqui, não. Juntaram-se todas as invejas.

O gênio da pequena área. O notável.

Caso Nelson Rodrigues estivesse vivo, ele colocaria poesia, metafísica. Colocaria o lírico nas palavras.

Um feito esportivo é um feito humano, ideológico.

Trabalho realizado que exige muito esforço, técnica e aptidão.

E Romário fez o seu milésimo gol. Isso é história. Um marco. Um feito!

Quantos jogadores de futebol querem chegar ao tento 1000?

Vários, claro.

Eu queria marcar 1000 gols. Porém só praticava futebol nas aulas de Educação Física e nos intervalos. Não consegui chegar sequer a 100. Creio eu que essa conta esteja certa.

Mas, afinal, e se estiver errada?

Não acho que um aluno deveria contabilizar seus gols. Ou assistências.

Hoje contabilizo páginas lidas. Hoje contabilizo quanto tempo demoro para chegar à faculdade, devido ao trânsito infernal.

"Em jogos de competição, Pelé marcou 720 gols, enquanto o Romário já está próximo dos 700", diz o jornalista Severino Filho, autor do livro Fried versus Pelé.

Veja: se Pelé e Romário tiveram a capacidade de fazê-los, logo não tem a obrigação de tê-los contado.

Mil gols não são dez, nem quinze, nem cem.

Fato histórico!

Vou estender mais um pouco. Sei que está cansativo, mas é preciso alongar-se.

Durante a Copa do Mundo de 2014, torcedores brasileiros, em resposta aos argentinos, cantaram euforicamente:

"Mil gols, mil gols, mil gols, mil gols, mil gols, só Pelé, só Pelé...". Há um erro evidente.

Pelé não foi o único a marcar essa quantidade de tentos. Faltou citar Romário e - por quê não? - Friedenreich, a primeira grande estrela que o futebol brasileiro teve.

Não vou discutir sobre. Apenas acho que há um erro. Deveria ser consertado.

Não há mais tempo. A Copa passou. E provamos que o esquecimento de ídolos é fácil. Amnésia.

Romário foi um craque, genial na arte dominar, tocar e chutar a bola, e isso é inegável.

O Brasil deve uma Copa do Mundo a ele, que foi o toque de brilhantismo na apagada seleção de Parreira.

Romário, o grande baixinho!

terça-feira, 19 de maio de 2015

Entrevista com Cássio Barco

Foto: Divulgação
Formado em Jornalismo pela Unisanta no ano de 2008, Cássio Barco faz parte da equipe do Globo Esporte. Atualmente é correspondente da emissora em Barcelona. No site globoesporte.com, faz matérias inusitadas, além das notícias cotidianas do clube e material mais denso, como a reforma do grandioso estádio Camp Nou. Já cobriu dois Mundiais de Clubes, uma final de Libertadores e vai para sua terceira final de Champions League.

Em entrevista para o Blog do Gabriel Dantas, Cássio contou sobre sua trajetória, falou do seu principal sonho e do dia em que cobriu um fato não esportivo.

Para os futuros leitores, quem é Cássio Barco?
Pergunta difícil (risos). Estou descobrindo quem realmente sou. Mas sou um cara apaixonado pela minha profissão. Procuro encontrar um jeito inovador para contar uma história. Trabalho para o globoesporte.com, Rede Globo e SporTV.

Conte a sua trajetória no Jornalismo
Me formei em Jornalismo pela Unisanta em 2008. Durante a minha graduação, fiz dois anos e meio de estágio na comunicação do Santos. Após isso, trabalhei no setor de comunicação da Energy Sports, grupo de compras de jogadores. Foi aí que um grande amigo meu que trabalhou no portal Santista Roxo assumiu a comunicação do Santos e me convidou para criar um novo projeto para a Santos TV. Vim para Santos, fiquei até marco de 2011, quando o Zé Gonzalez, chefe do globoesporte.com viu o meu trabalho e gostou. Assim, me convidou para trabalhar no site como vídeo-repórter. Estou em Barcelona há um ano e três meses. A previsão é que eu fique por mais dois anos.

Você acha que o profissional esportivo deve citar o time que torce?
Ele não deve citar. Mas quando for perguntado, não vejo problema em responder. Na Europa, não há algo tão violento, como ocorre no Brasil. Aqui na Espanha é fácil a identificação. Ou você é Barcelona, ou Real Madrid. Pelo meu histórico, é fácil saber para qual equipe torço (risos).

Quem são os jornalistas e/ou profissionais de comunicação que mais admira?
Tem um cara que está acima de todos: Tiago Leifert. Ele é um exemplo em tudo o que faço. Um dos caras mais requisitados do jornalismo esportivo atualmente. Era o primeiro a chegar na redação, levava a sério as notícias que iriam ser contadas, sempre tentava achar uma maneira diferente em contar uma história. Fora o seu carisma atrás das câmeras. O meu ex-chefe de redação em São Paulo, Zé Gonzalez. Referência de um profissional que faz com que o trabalho em equipe seja sempre valioso. Sabe ouvir toda a equipe. E o Arnaldo Hase, assessor de comunicação, que trabalha na TV Palmeiras e TV Goiás. Um cara muito ativo e criativo.

Qual foi o momento mais importante que já presenciou na sua carreira?
A final da Champions League passada, em Lisboa. Estava com um lead, pronto e maravilhoso, sobre o título do Atlético de Madrid. Mas o Sérgio Ramos empatou o jogo aos 93 minutos, fazendo com que o meu texto fosse totalmente transformado. Foi histórico. Fora isso, foram dois Mundiais de Clubes, título do Santos na Libertadores de 2011. Momentos especiais no esporte. Mas o ponto alto da minha carreira, ironicamente, não foi sobre futebol,  e sim sobre a queda do avião na França, matando 150 pessoas. Fiz matérias para todos os telejornais da TV Globo.

Para você, qual a principal diferença existente entre uma matéria de internet e televisão?
As minhas matérias de internet em vídeo têm mais espaço. Posso fazer uma matéria de até 6 minutos. Para televisão, é complicado. O Globo Esporte é um programa de 30 minutos, que tem que falar sobre os quatro clubes grandes de São Paulo. Caso sobre tempo, a matéria mais interessante pode ir para o ar. A linguagem também é um diferencial, pois na Internet eu posso ser mais direto do que na TV.

Atualmente você está em Barcelona. Como apareceu essa oportunidade?
No meio de 2013, eu fui para a Inglaterra cobrir a final da Champions League entre Bayern de Munique x Borussia Dortmund. A final ocorreu num sábado, mais precisamente 25 de maio. Nesse mesmo dia, o atacante Neymar havia fechado com o Barcelona. Assim, o Zé Gonzalez me mandou de Dortmund para Barcelona. Colhi reportagens, apurei e fiquei 10 dias em Barcelona até quando o Neymar chegou para se apresentar. Quando voltei para o Brasil, tinha um projeto de viver na Europa, até mesmo em Londres. Mas o meu chefe me fez um convite para morar em Barcelona, para acompanhar o clube e o Neymar. Eu aceitei.

Quais são suas opiniões a respeito da atual seleção brasileira?
Para falar a verdade, não estou acompanhando muito a seleção brasileira. A minha concentração está no futebol europeu. Então, não sei se posso opinar com tanta propriedade. Porém tem que haver uma reformulação, principalmente após a Copa do Mundo. Precisamos igualar aos europeus para voltar a disputar com igualdade contra Itália, Espanha. Diferença tática e disciplina são características bem notórias.

Você fez uma matéria sobre o avião que caiu na França, que matou 150 pessoas. Qual a sensação de reportar um fato que não é esportivo?
Eu nunca duvidei de que poderia fazer. Mas existe um tabu, por conta de ser um jornalista esportivo. Mas, me ofereci a ajudar. Com isso, após uma hora, já estava no ar, por telefone, na Globo News, relatando os fatos. E encontrei um personagem que se livrou do voo, rendendo uma matéria. Foi legal trabalhar com outra área, mas espero que os próximos desafios não sejam tão catastróficos.

Sabe-se que jornalista trabalha 24 horas atrás de informações. Como você concilia o trabalho com sua vida pessoal? Tem tempo para lazer?
Sim, consigo conciliar. Porém como é final de temporada, a situação fica difícil. Final de Champions League, Copa do Rei da Espanha. A correria é maior. Mas quando tenho folga, procuro aproveitar, principalmente no verão, já que o inverno é rigoroso.

Um sonho que pretende realizar?
Quero cobrir uma Copa do Mundo. Iria cobrir a do Brasil, mas como vim para Barcelona, acabei perdendo essa chance. Então, a minha participação na Copa foi de maneira diferente. Na estreia da seleção brasileira, contra a Croácia, fui para o país ver como seria a reação do torcedor. Na segunda fase, fiquei na Alemanha. Inclusive, estava no dia do 7 a 1. Fui para o estádio do Union Berlim, onde os moradores levaram sofás e assistiram aos jogo. Após o fim da partida, recebi muitos abraços. Foram carinhosos.

Uma reportagem inesquecível? Por quê?
As reportagens das quais mais gosto são aquelas em que eu não apareço. Gosto de fazer produções grandes. Vou citar duas inesquecíveis, e ambas são com o Corinthians. A primeira foi no dia da final da Libertadores, contra o Boca Juniors, no Pacaembu. Encerro a matéria com três jogadores contando como foi a caminhada da equipe, junto com uma trilha sonora de um filme. Após a reportagem, recebi inúmeras mensagens de torcedores, dizendo que ficaram emocionados. Foi muito legal. E a outra, foi na estreia do Timão no Mundial de Clubes, sobre o Banzai, Corinthians! Juntei Ronaldo Fenômeno, Thiaguinho, Negra Li, Luan Santana entre outros. Teve uma matéria em que fizemos o hino do Corinthians em japonês. Foram nove minutos de material.

Para finalizar, deixe um recado para os nossos leitores que querem seguir a área do jornalismo e nos conte como é trabalhar no globoesporte.com
Trabalhar no globoesporte.com é algo que recomendo para todos, principalmente por conta do Zé Gonzalez, que é o chefe e tem uma equipe maravilhosa. Um lugar incrível para se desenvolver. Se você tem um potencial criativo, esse é o melhor lugar. Estão sempre atentos para ouvir novos projetos. Dentro do site é onde você pode alcançar voos mais altos. E um recado para os leitores: sigam seus sonhos e acredite sempre neles. Meu sonho era ser correspondente, fui atrás e consegui. Estou muito feliz em fazer parte!

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Superclássico da Vergonha: a selvageria de uma única torcida

Um drone, equipamento de solda, gás de pimenta. "Clima de Libertadores", "futebol de macho". Confesso que li essas frases nas redes sociais. Torcedores eufóricos. Que comportamento inútil. A humanidade deu errado.

É de consciência dos torcedores que um clássico como Boca Juniors x River Plate é muito mais marcado pelas brigas, chegadas firmes, discussões, cartões amarelos e vermelhos do que pela técnica.

O primeiro tempo acabou 0 a 0. No jogo de ida, River Plate venceu por 1 a 0. Não teve segundo tempo. Torcedores do Boca, especificamente o da imagem abaixo, espirraram spray de pimenta no túnel de entrada do River, e jogadores passaram mal. Ponzio, Ramiro Funes Mori, Vangioni e Kranevitter foram os mais atingidos.


A torcida do Boca permaneceu no estádio. Jogadores do River Plate ficaram no meio do gramado, aguardando alguma solução. A solução foi encontrada depois de quase duas horas. A Polícia Argentina não tomou nenhum procedimento no que se refere à retirada dos hinchas no estádio.

Para piorar o que já estava feio, torcedores do Boca, não contentes com a atitude do spray de pimenta, arremessaram garrafas d'água e outros objetos no gramado, atingindo dirigentes e jogadores adversários. E ainda filmaram. Lamentável.

Se o STJD é o pilar para a vergonha do futebol brasileiro, a Conmebol está para o futebol sul-americano. Não tem nenhuma credibilidade. Vale recordar o caso de Oruro.

Kevin Beltran Espada, de 14 anos, foi atingido por um rojão disparado por torcedores do Corinthians que comemoravam o gol de Paolo Guerrero – o primeiro da partida, a 5 minutos do primeiro tempo. Espada morreu por perda de massa encefálica.

Inicialmente, o Corinthians jogaria sem torcida na competição, até que uma decisão final sobre o caso fosse tomada. Após alguns dias dessa decisão, a entidade voltou atrás e liberou a entrada da torcida em jogos que o time atuassem em casa - à época, o clube ainda utilizava o Pacaembu. E teve o pagamento de uma multa - cerca de R$ 400 mil reais à época.

Houve uma morte. E  "não aconteceu nada". No caso em questão, dificilmente teremos a expulsão do Boca Juniors na competição. Haverá o segundo tempo e tudo será colocado para debaixo do tapete.

A previsão é que aconteça o segundo tempo no estádio do Racing, em Avellaneda, com os portões fechados. Informação de uma importante rádio argentina. Mas e os torcedores que pagaram pelos seus ingressos? Eles têm o direito legítimo de assistir à partida.

Para completar o "Superclássico da Vergonha". A Polícia Argentina colocou mais homens em frente ao vestiário dos árbitros. Era por ali que jogadores e comissão técnica do River Plate sairiam. Todos estavam inseguros. Não adiantou colocar mais homens e escudos. Garrafas continuaram voando, até acertar o rosto do dirigente do River Plate em cheio.

Depois de tanto esperar, a partida se dava como encerrada. E quando já tinha visto de tudo, jogadores do Boca Juniors foram saudar a barra que provocou toda a confusão. Aplausos para os vândalos? Piada!

Falta de segurança, desrespeito com os atletas, indecisão sobre a suspensão do jogo. Tudo numa única noite que tinha de tudo para ser um espetáculo. Mas retomo as frases lidas nas redes sociais. "Isso é torcida", "futebol de macho", "espírito de Libertadores". Coitados desses imbecis que pensam assim.

Há indícios que a causa do "protesto" seria divergência na distribuição de ingressos.

Entrada de spray de pimenta, drone. Equipamentos que servem para o futebol praticado na Argentina ou em qualquer lugar do mundo?

Ontem, os verdadeiros torcedores sentiram vergonha de ser sul-americano, onde a educação é de quinto mundo. Vamos recordar o que aconteceu na Arena Joinville, no confronto Atlético-PR x Vasco. Vamos recordar o confronto entre Corinthians e Palmeiras, pelo Campeonato Paulista de 1999.

Após cenas lamentáveis, tive a oportunidade de ver a recepção da torcida para Atlético Nacional x Emelec. Jogo de volta. O time de Medellín venceu por 1 a 0, mas insuficiente para se classificar. Ajudou a resgatar a Libertadores que admiramos, que gostamos de ver. Com torcedores apaixonados, e não bandidos que pertence à ramificação criminal, que cuidam do tráfico de drogas ao combate de manifestações políticas.

A selvageria é marca registrada como se isso fosse demonstração de civilidade.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Da Champions League à realidade

O Corinthians pagou caro por ter escolhido um adversário tecnicamente "mais fraco". Aquele jogo contra o São Paulo servirá como aula para os futuros confrontos decisivos. Mas, afinal, como o time de nível Champions League, como a imprensa o retratava, conseguiu ir do céu ao inferno em poucas semanas?

Sérgio Janikian, diretor de futebol do Corinthians, disse em uma entrevista à Fox Sports que foi presenteado por Deus ao saber que o adversário era o Guaraní, do Paraguai. Talvez ele, inocente ou despreparado, não tenha parado em frente à televisão para acompanhar sequer dez minutos do jogo do time paraguaio.

"A gente teve a felicidade, não vamos negar, a gente foi presenteado por Deus, vamos dizer assim, nessas oitavas com um jogo que não é tão complicado", afirmou otimista e sorridente.

Na primeira partida, um baile. Só que do time paraguaio. Corinthians sonolento. Perdido. Desorganizado. Sequer ameaçava o goleiro adversário. Parecia que o nível Europa inverteu de lado. Era o Guaraní que tinha a soberania. Que tinha a vontade de vencer. E conseguiu. Dois a zero. Poderia ter sido mais, caso não fosse a intervenção de Gil sobre a linha e as próprias falhas cometidas pelos jogadores.

Jogo de volta. Arena Corinthians. Invencibilidade de 32 jogos. Mas a equipe paulista já havia passado por uma eliminação. Contra o Palmeiras, pelo Campeonato Paulista. Outro campeonato. Outra reação.

A autoconfiança é muito importante, porque nos dá a segurança de estarmos bem preparados para qualquer desafio, seja ele físico ou intelectual. Era isso que o torcedor e os jogadores sentiram antes da bola rolar. Pareciam que o foco estava de lado. Era só entrar no gramado, esperar o apito do árbitro e fazer os gols a qualquer momento. Deu errado.

Equipe paraguaia tem sob seu comando um espanhol. Filosofia de jogo impecável. Recuou todos seus jogadores de linha. Entrar na área era raridade, assim como encontrar um grão de ouro.

Ouro. No caso, o gol. Estava difícil. O jeito era arriscar de longe. Jadson, Renato Augusto, Elias, Guerrero. Nada. A bola esbarrava na defesa ou no goleiro. Quando chegou à área, após cruzamento de Jadson, Elias cabeceou, mas Aguilar, firme, defendeu. Malcom, infiltrando, cruzou. Guerrero não conseguiu chegar a tempo para concluir.

A intensidade que faltou no Paraguai sobrou na primeira etapa. Por que não fizera isso lá? A autoconfiança é a resposta. Veio o segundo tempo. Fábio Santos e Jadson, perdidos no controle emocional, foram expulsos. Se com 11 a missão estava complicada, com nove virou ingrata.

O tempo era o inimigo. Dois gols eram necessários para ir aos pênaltis. Danilo se movimentava, buscava algo. Queria a iluminação. Não deu. Os paraguaios abdicaram de jogar. Esperavam o apito final para silenciar a Arena Corinthians.

Cansado, o time paulista já não tinha mais forças. Errava passes fáceis. Nos acréscimos, o golpe de misericórdia paraguaio. Fernández recebeu na área e colocou a pá de cal na participação do Corinthians na Libertadores. Silêncio de lado, euforia da minoria torcida paraguaia.

Santander assinou a classificação do Corinthians. Com xeque, comprovante e saldo no cartão de crédito. Ao Corinthians, restou o débito. Sinal vermelho ligado. Atrasos nos direitos de imagens, oba-oba, falta de concentração.

Somos soberbos e prepotentes. Menosprezamos. Consideramos nossos vizinhos inferiores, catimbeiros, violentos, animais selvagens. Como se não tivéssemos atitudes parecidas. Nós nos colocamos em um patamar diferenciado no futebol. Fantasioso.

É necessário saber dosar a confiança em si mesmo. Deve-se estar sempre disposto a aprender, valorizar, seja com os fracassos ou até mesmo com os sucessos, a cada nova conquista.

Guaraní foi o professor. Ensinou o time corintiano a saber se comportar durante os 180 minutos. Já o Corinthians, foi um aluno de ensino fundamental. Aquele que pensa que a prova será com consulta, não estuda, apenas relaxa, mas que na hora da aplicação é surpreendido e fica sem saber como reagir.

terça-feira, 12 de maio de 2015

Entrevista com Tiago Maranhão

Reprodução Facebook
Formado em Jornalismo pela PUC-SP, em 2001, neto e filho de jornalistas esportivos. Tiago Maranhão teve passagens por grandes veículos de comunicação como a Agência Reuters, o portal IG, ESPN Brasil, TV Bandeirantes, Revista Exame e Rede Globo. Desde 2009 é repórter do SporTV, canal fechado que pertence às Organizações Globo. Em 2013, assumiu o cargo de correspondente do canal no Japão com contrato até o meio de 2015.

Em entrevista ao Blog do Gabriel Dantas, Tiago contou sobre os momentos especiais vividos no Japão, da dificuldade na carreira, como o esporte é retratado nos portais e periódicos do país oriental e muito mais. Confira!

Para os futuros leitores, quem é Tiago Maranhão?
Acho improvável que gerações de futuros leitores se interessem muito pelo meu trabalho. Sou jornalista. Jornalista por vocação. Faço reportagens, quase sempre relacionadas ao esporte, e sobre os lugares que tenho o privilégio de conhecer ao longo do caminho.

Seu avô e seu pai tiveram papéis fundamentais no jornalismo esportivo. Por isso, você escolheu essa área? Ou queria trabalhar em outra especialidade?
Gosto de pensar que eu seria jornalista esportivo mesmo que tivesse nascido numa família de confeiteiros ou alfaiates. Mas se eu disser que não fui movido pela admiração pelo meu avô e meu pai, não seria verdade. Minha mãe e meus tios também sempre atuaram no jornalismo. Cresci respirando letras.

Desde 2013, você está no Japão como correspondente do SporTV. Qual foi o momento mais especial que presenciou no País?
O Japão é uma experiência muito especial, acho difícil escolher um único momento. Participar de uma cerimônia do chá é tão marcante quanto acompanhar um treino de sumô. Observar o comportamento dos cidadãos japoneses no dia a dia é um aprendizado tão enriquecedor quanto seguir os rituais em templos budistas e xintoístas. É um país atento aos detalhes, e eles estão todo o dia por toda a parte.

E o mais difícil?
Eu ainda não estava aqui [no Japão] quando aconteceu o terremoto de março de 2011, seguido por tsunami e acidente nuclear. Mas visitei as áreas mais atingidas algumas vezes e até hoje essa é uma ferida muito aberta, de pessoas que perderam parentes, perderam suas casas e ainda vivem em abrigos improvisados. Recomeçar é difícil.

Até quando ficará no Japão? Já há um substituto prévio para assumir o seu lugar?
Essas mudanças serão anunciadas em breve.

Como os japoneses lidam com o esporte?
O esporte ocupa uma parte muito grande na sociedade japonesa. Os estádios de beisebol, o esporte número 1 na preferência nacional, estão sempre muito cheios, assim como os estádios de futebol. A média de público da J-League é superior à média do Brasileirão. O sumô, terceiro esporte do país, também tem sempre os ingressos esgotados dos seus 6 torneios anuais, que são transmitidos na íntegra, ao vivo, em TV aberta, pela NHK. Cada torneio dura 15 dias, então não é pouca coisa.

As emissoras japonesas transmitem jogos do Campeonato Brasileiro e/ou da Seleção Brasileira? Como faz para ficar atento ao que acontece no outro lado do mundo?
O Campeonato Brasileiro não é transmitido aqui. Daqui é possível acompanhar alguns campeonatos europeus, principalmente o Inglês e o Espanhol, além de highlights do Italiano, Francês e Holandês. Felizmente vivemos numa época em que as comunicações funcionam muito bem, então assisto aos jogos do Campeonato Brasileiro pela internet. O problema é o fuso horário. Quando é jogo importante, acordo de madrugada pra assistir.

Qual a principal diferença entre o futebol praticado no Brasil e no solo japonês? Como é o comportamento do torcedor?
O futebol japonês cresceu muito até meados da década passada, depois estacionou. Por outro lado, nunca houve tantos jogadores japoneses atuando no exterior. Esses jogadores, a maioria deles na Alemanha, um dia voltarão pra cá e vão trazer junto novas técnicas. Acredito que isso vai fazer com que o nível técnico melhore por aqui. Do ponto de vista tático e físico, é um campeonato de alto nível. Aqui, o torcedor não deixa de ser um cidadão quando está na arquibancada. O clima é festivo, com bandas, bandeiras e faixas, mas casos de violência são raríssimos.

Como é a sua rotina? Tem hora para entrar e sair?
Essa é a melhor parte dessa profissão, não existe rotina. Alguns dias eu vou cedo para a redação e passo o dia no estúdio ou ao telefone. Em outros, vou pra rua, envio o meu material de algum café com internet e volto pra casa com a missão cumprida.

Há tempo para lazer, uma vez que jornalistas trabalham 24 horas atrás de informações?
Eu acredito mesmo, sem demagogia, que jornalistas trabalham 24 horas por dia. Mesmo quando estamos dormindo, o telefone pode tocar com alguma informação que nos obrigue a saltar da cama. Mesmo quando estamos de folga, estamos atentos ao entorno, absorvendo informação. Dito isso, há sim momentos para passear e conhecer um pouco desse país incrível.

Você faz reportagens para o SporTV Repórter. Qual foi a mais difícil? Por quê?
Aqui da Ásia tive a oportunidade de fazer algumas reportagens para o Sportv Repórter de que me orgulho. Acho que o programa sobre Sydney ficou muito interessante, assim como o sobre sumô, que foi complicadíssimo de se feito, porque é um meio muito fechado, que quase não oferece acesso a jornalistas. Mas conseguimos acompanhar treinos e lutas e o resultado ficou melhor do que o esperado. Mas, sem dúvida nenhuma, o trabalho mais desafiante que fiz aqui foi mostrar o esporte na Coreia do Norte. Demorei mais de um ano para conseguir autorização para entrar no país como jornalista.

Um sonho que pretende realizar?
Existem algumas coberturas que ainda gostaria de realizar. Mas não sei se chamaria de sonhos, são planos, metas e projetos.

Quais dicas você dá a quem está iniciando na área jornalística?
Acredito que jornalistas não escolhem essa profissão pelo dinheiro. Então, eles devem se fazer a seguinte pergunta: por que eu escolhi o jornalismo? Jornalismo é vocação, não carreira. O jornalista deve ser útil, buscar algum impacto positivo na sociedade, por menor que seja. Fazer jornalismo competente é muito trabalhoso e tentar pegar atalhos é um caminho certo para um trabalho mal feito. O jornalista tem que ter obsessão pela precisão e buscar sempre ser justo. Ser justo é mais importante do que ser objetivo. Não pode haver concessões no rigor da apuração. Mas se eu fosse dar apenas um conselho, seria o conselho que meu pai sempre me deu: leia. Leia muito, leia de tudo.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Um baile em Assunção

Se o Corinthians fez conta para enfrentar o adversário "mais fraco" na Libertadores, eu não sei. Talvez o técnico Tite, jogadores, analistas ou pessoas mais próximas ao clube tenham a resposta correta e precisa. Porém, pouco adiantou.

O Corinthians enfrentou o Guaraní-PAR, em Assunção, e foi massacrado pelo modesto time. Falha de Cássio e o erro na marcação do zagueiro Felipe fizeram com que Santander e Contrera, respectivamente, marcassem os gols da vitória paraguaia.

E, desta vez, o time paulista não pode nem culpar o cansaço, “desculpa” para as más atuações recentes. São sete jogos apáticos, sem vontade alguma. A equipe adormece nos jogos.

Atuação apática. Mesmo com a volta de Guerrero, recuperado de dengue, o Corinthians não criou. A chance mais perigosa de gol foi com Fábio Santos, que acertou a bola na trave. De resto, só deu Guaraní, que poderia ter feito três, quatro, até cinco.

Tite não consegue montar a mesma equipe competitiva de um mês atrás. Não tem conseguido repetir boas atuações. O nível Champions League foi para o buraco. Ontem, o que se viu foi uma várzea.

Queda de rendimento é normal. Mas não pode ocorrer na principal competição da América, ainda mais nessa fase de mata-mata.

Sem tradição e com péssima classificação, o Guaraní parecia aos olhos uma presa fácil. Nada disso. A equipe mostrou-se compactada na defesa e fatal no ataque. Não cedeu espaço para o adversário. Foi impecável.

Nunca duvide de um cavalo paraguaio. Embora seja um País que não tenha tanta tradição futebolística, tem suas qualidades. Que diga o Nacional-PAR, que disputou a final da Copa Libertadores contra o San Lorenzo. Também era uma equipe desacreditada. Entretanto, qualitativa e muito bem encaixada.

Agora, o time alvinegro não pode tomar gol na partida de volta na próxima quarta-feira na Arena Corinthians, senão terá de fazer três de diferença para não ser desclassificado da competição.

Caso ocorra a eliminação, não será surpresa. O baile de ontem à noite comprova os méritos da equipe paraguaia.

terça-feira, 5 de maio de 2015

Relembre os convocados por Dunga para a Copa América de 2007

Dunga está na sua segunda passagem pela Seleção Brasileira. Na manhã desta terça-feira, convocou seus 23 jogadores para a disputa da Copa América do Chile. É a segunda vez que Dunga comandará a seleção nesse torneio. Em 2007, ele foi o técnico. E o Brasil acabou conquistando o título, após vencer a Argentina por 3 a 0, com gols de Júlio Baptista, Roberto Ayala (contra) e Daniel Alves, conquistando assim o seu oitavo título da competição.

Relembre os convocados para a competição daquele ano:


Goleiros:
Doni (Roma)
Helton (Porto)

Laterais:
Daniel Alves (Sevilla)
Gilberto (Hertha Berlim)
Kleber (Santos)
Maicon (Inter de Milão)

Zagueiros:
Alex Silva (São Paulo)
Alex (PSV)
Juan (Bayer Leverkusen)
Naldo (Werder Bremen)

Meio-campistas:
Diego (Werder Bremen)
Elano (Shakhtar Donetsk)
Fernando (Bordeaux)
Gilberto Silva (Arsenal)
Josué (São Paulo)
Mineiro (Hertha Berlim)
Anderson (Porto)
Zé Roberto (Santos)

Atacantes:
Afonso (Heerenveen)
Vagner Love (CSKA Moscou)
Fred (Lyon)
Robinho (Real Madrid)

Se compararmos esses convocados com os de hoje (clique aqui e confira os relacionados), apenas Robinho foi convocado para as duas disputas. É a confiança de Dunga no atacante.

Dunga convoca jogadores para a disputa da Copa América

O técnico Dunga convocou na manhã desta terça-feira (05) os jogadores que disputarão a Copa América, que será realizada no Chile. Dunga não utilizou a lista de suplentes. A grande surpresa nesta convocação foi a ausência de Oscar, que segundo o comandante, não foi convocado devido à uma contusão. Everton Ribeiro e Casemiro são as outras novidades.

O Brasil está no Grupo C da competição, junto com Peru, Colômbia e Venezuela. Antes de estrear no dia 14 de junho contra a seleção peruana, a Seleção Brasileira tem dois amistosos pela frente. No dia 7 de junho, encara o México, na Allianz Parque, em São Paulo. E no dia 11, no Beira-Rio, em Porto Alegre, a seleção encara Honduras.

Confira a lista de convocados;

Goleiros:

Jefferson (Botafogo)
Diego Alves (Valencia-ESP)
Marcelo Grohe (Grêmio)

Laterais:

Fabinho (Mônaco-FRA)
Danilo (Porto-POR)
Marcelo (Real Madrid-ESP)
Filipe Luis (Chelsea-ING)

Zagueiros:

David Luiz (PSG-FRA)
Marquinhos (PSG-FRA)
Thiago Silva (PSG-FRA)
Miranda (Atlético de Madrid-ESP)

Meio-campo:

Luiz Gustavo (Wolfsburg-ALE)
Elias (Corinthians)
Casemiro (Porto-POR)
Fernandinho (Manchester City-ING)
Everton Ribeiro (Al Ahli-EAU)
Douglas Costa (Shakhtar-UCR)
Willian (Chelsea-ING)
Philippe Coutinho (Liverpool-ING)

Atacantes:

Neymar (Barcelona-ESP)
Robinho (Santos)
Roberto Firmino (Hoffenheim-ALE)
Diego Tardelli (Shandong Luneng-CHI)

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Dudu causa prejuízo ao Palmeiras

Disputado por dois clubes paulistas ao mesmo tempo - Corinthians e São Paulo. Rótulo de craque. Imprensa o colocando a cada dia em um clube. No fim das contas, resolveu acertar com o Palmeiras, aplicando um "chapéu" no Corinthians, já que o São Paulo havia desistido de ter o atleta.

Quem observa os números de Dudu, fica estagnado. Antes de chegar ao Alviverde, Dudu marcara apenas 35 gols em 193 jogos disputados. Será que valia àquela altura o investimento?

Dudu não é craque e está longe de ser um. Seu 'estilo ousado', como o site do Palmeiras o descreve, não é visto em campo.

Em 17 partidas disputadas, empolgou apenas contra o frágil Mogi Mirim. Nada mais. Envolveu-se em polêmica contra o São Paulo, em um lance com Rafael Tolói, que acabou expulso do clássico - o camisa 7 sequer recebeu cartão amarelo.

O atacante tem um passado problemático. Em 2013, foi acusado de agredir a esposa e a sogra em Goiânia, quando passava férias com a família. À época, ele pertencia ao Dynamo Kiev, que pagara 5 milhões de euros (cerca de R$ 13,5 milhões), depois de ser destaque no Sul-americano e no Mundial sub-20 com a Seleção Brasileira.

Dudu pagou fiança de R$ 12 mil e foi liberado da Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher). Segundo a delegada Fabiana Mancuso, a esposa foi agredida com socos na cabeça e puxões no cabelo e a sogra, que tentou defendê-la, também foi empurrada.

Dudu fechou com o Palmeiras por R$ 300 mil, além de luvas no valor de R$ 800 mil. O clube acertou a compra de 100% de seus direitos econômicos por 6 milhões de euros (R$ 18,7 milhões).

Quantia cara para um futebol burocrático. Quatro gols apenas, O camisa 7 já perdeu dois pênaltis - um contra a Penapolense e outro contra o Santos, na primeira partida da final do Campeonato Paulista. O jogo terminou um a zero para o Verdão.

Na partida de volta, realizada neste domingo, Dudu voltou a contracenar. Em um lance na entrada da área, o jogador do Palmeiras se enrolou com Geuvânio. Os dois foram expulsos. Geuvânio parecia entender a sua expulsão. Mas Dudu, num descontrole emocional e numa atitude patética, agrediu o árbitro.

Além da expulsão, ofendeu o árbitro. "Você é um safado, sem vergonha. Veio aqui roubar a gente, seu filho da p..., mau caráter, ladrão, tendo que ser contido pelos companheiros", segundo consta na súmula de Cerretta de Lima.

Falhou no pênalti, falhou na expulsão. Veio com status de novo Edmundo. Não conseguiu alcançar 1%. O atacante palmeirense causa prejuízo. Não tem respeito, muito menos humildade. Precisa encontrar seu caminho, antes que se torne um jogador perdido.

A contratação de Dudu serviu, até o momento, apenas como um troco de Paulo Nobre sobre Carlos Miguel Aidar; e como uma resposta ao Corinthians.