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terça-feira, 6 de maio de 2014

Entrevista com Luis Felipe Freitas

E mais uma vez tenho a honra de receber em meu blog mais um narrador esportivo: Luis Felipe Freitas.

Luis Felipe Freitas nasceu no Rio de Janeiro, no dia 19 de janeiro de 1988. Porém, ele não é formado em Jornalismo, e sim em Publicidade/Propaganda, pela ESPM. Atualmente, é narrador do Esporte Interativo.

Abaixo, vocês podem conferir um pouco mais do entrevistado

Gabriel Dantas: Para os futuros leitores, quem é Luís Felipe Freitas?

Luis Felipe Freitas: Luis Felipe Freitas é carioca, narrador do Esporte Interativo e até hoje uma criança. 

GD: Em que ano ingressou no Jornalismo? Queria ser jornalista desde criança?
LFF: Na verdade eu sou formado em publicidade/propaganda pela ESPM. Só fui entrar no mundo do jornalismo quando estava no 7º período da faculdade.  Sempre quis trabalhar com esporte, mas não necessariamente como jornalista.

GD: Quem são os jornalistas e/ou profissionais da comunicação que mais admira?
LFF: Poucos sabem, mas cheguei ao Esporte Interativo para ser produtor (mas já com o desejo de ser narrador). Passei a ter um contato muito próximo com o André Henning e o Jorge Iggor, que me ajudaram demais e passaram a ser minhas maiores referências. Outro que me ajudou no começo dessa jornada e que tenho muito carinho é João Guilherme.
Mas admiro outros profissionais também.  Luiz Carlos Júnior é um dos narradores mais técnicos que já vi. Gosto demais do Everaldo Marques, por toda a sua versatilidade. 
Tento sempre escutar o maior número de narradores diferentes.

GD: Quem te motivou a ser narrador?
LFF: Os narradores citados anteriormente me inspiraram a ter meu estilo e virar narrador. Mas quem sempre me motivou a seguir o caminho que eu queria foram os meus pais. 
 
GD: Como é sua rotina hoje? Que horas você entra? Tem hora pra sair?
LFF: Não tenho hora exata para entrar e sair. Trabalho de acordo com os eventos. Sempre que tenho uma transmissão chego com três horas de antecedência, pra finalizar o material da transmissão. 

GD: Em quais empresas de mídia já trabalhaste?
LFF: O Esporte Interativo é o primeiro.

GD: Como é trabalhar ao lado de grandes jornalistas do EI, como André Henning, Vitor Sérgio, Henrique Marques e entre outros?
LFF: É um aprendizado muito grande. Mais do que colegas de trabalho, são meus amigos e conselheiros. 

GD: Para ser narrador, tem que fazer algum tipo de curso para aprimoramento da voz? Conte-nos como é o trabalho de um narrador.
LFF: É claro que se tem um cuidado muito grande com a voz. Recomendo visitar um fonoaudiólogo, fazer aquecimento vocal e exercícios para a voz.
Uma vez vi o Silvio Luiz falando que o narrador é um legendador de imagens. Nós temos de traduzir o que estamos vendo para o telespectador, envolvê-lo na transmissão. Pra isso temos que entrar no ar muito estudado, buscando o maior controle possível sobre tudo que cerca o evento e a transmissão. 

GD: Ser narrador não é algo fácil. Como fazer para não errar os nomes dos jogadores, já que estes mudam de posição a todo momento?
LFF: Existem alguns mecanismo que uso para buscar a identificação. Características físicas, número na camisa, posicionamento e por aí vai. Quando ainda não sei quem é o jogador, vou “posicionando o telespectador” de outra forma. Falo o nome do marcador, posição no campo e outras coisas.

GD: Você se lembra quando estreou no Esporte Interativo?
LFF: Porto 2x2 Olhanense pelo campeonato português em 2010. Fiz a partida ao lado de Felipe Rolim. Lembro que estava muito nervoso, já que era o primeiro jogo que eu narrava em toda a minha carreira. Foi uma experiência muito prazerosa.

GD: Qual foi o melhor e o pior jogo que você narrou?
LFF: Essa é uma pergunta que eu não sei te responder, principalmente sobre o pior jogo. Pra ficar em um grande jogo que narrei recentemente, fico com Borussia 2x0 Real Madrid, na volta das quartas de final da UCL 13/14. O Real acabou se classificando.

GD: Você prefere narrar NFL ou futebol? Por que?
LFF: Futebol é o carro-chefe. Narrador no Brasil tem que narrar futebol. É o que te abre portas, o que te leva pra perto do telespectador. Dito isso, eu adoro narrar NFL. Futebol Americano é um esporte que gosto muito, que tem uma dinâmica única. Mas o que mais gosto de narrar entre todos os esportes é o basquete (NBA). 

GD: Na maioria dos estádios, vemos que narrador passa por muitos apuros. Qual foi o maior apuro pelo qual você passou para narrar uma partida de futebol?
LFF: Nunca tive nenhum problema nesse sentido. 

GD: Tem alguma história curiosa ou engraçada da profissão?
LFF: Fazendo um desses GP´s de vôlei na madrugada, tive uma crise de riso impressionante. Sorte que o comentarista me salvou. Falou por alguns minutos até que eu conseguisse me recompor. 

GD: Você acredita que os jornalistas devem ser assumir para qual time torcem?
LFF: Eu não vejo nenhum problema em assumir o clube. Vejo como uma troca honesta com o leitor/telespectador. Mas pra funcionar bem, o outro lado tem que entender que as análises e opiniões não tem nenhum motivo “clubístico”. Que são análises isentas.  

GD: Mudando de assunto, o que achou das 32 seleções classificadas para a Copa do Mundo de 2014? Faltou alguma seleção que, particularmente, queria? 
LFF: Faltou o Ibrahimovic. Ele é um dos melhores do mundo e gostaria de vê-lo aqui no Brasil. Portanto faltou a Suécia. De resto estou gostei bastante dos classificados para a Copa, principalmente a Bósnia. Seleção que já tinha batido na trave e que tem alguns valores interessantes. Acho que pode ser uma surpresa.

GD: Brasil é favorito ao título?
LFF: Brasil, Espanha, Alemanha e Argentina. Acho que o título vai ficar com alguma dessas quatro seleções.

GD: Qual a sua opinião a respeito dos Estaduais? Devem ser ignorados pelos clubes?
LFF: Gosto dos estaduais, mas o modelo atual está ultrapassado. São muitos clubes pequenos, sem qualquer propósito de título. Acaba perdendo o interesse. Se o modelo atual continuar, acho que ignorar seria uma boa opção para os grandes. Fazer a pré-temporada de forma correta, longa e só entrar com os titulares na hora que o bicho pegar, nas finais. 

GD: Nesse início de Brasileirão, já dá para arriscar quem serão as equipes postulantes ao título ou é muito cedo para analisar?
LFF: É muito cedo. Qualquer previsão seria mero chute. Vejo os times mineiros, os gaúchos, São Paulo e o Fluminense como os principais concorrentes. Palpite puro. 

GD: O que achou da contratação do Emerson Sheik pelo Botafogo? Você acha que após aquele polêmico selinho, a carreira dele desmoronou?
LFF: Boa contratação. Sheik é um jogador que consegue fazer o lado de campo e gols. São características difíceis de serem encontradas em um só jogador. Botafogo precisa de um cara “broncudo” como o Sheik. Sobre o selinho, acho que não teve nada ver com o desempenho do atleta. Criou-se uma polêmica desnecessária. 

GD: Sobre a Champions League, qual é a equipe mais favorita a conquistar o título?
LFF: Acho que o Real Madrid leva essa final. Claro que toda a rivalidade iguala um pouco as coisas, mas o time do Real é melhor.  

GD: Libertadores: os clubes brasileiros estão passando dificuldades nessa competição. A quem se deve essas eliminações precoces de Flamengo, Botafogo e Atlético-PR?
LFF: Faltou montar elencos melhores. No futebol você pode se impor pelo talento individual ou pelo conjunto. Essas equipes não tiveram nenhum desses fatores.

GD: Futebol Europeu: Neymar vem sofrendo muitas críticas no Barcelona. Mas ao mesmo tempo alguns jornalis o elogiam. Você acha que a imprensa "pressiona" o atleta? Para você, como será o desempenho dele na Copa do Mundo?
LFF: O Barcelona viveu uma temporada de altos e baixos e claro que o rendimento do Neymar também foi influenciado por isso. 

GD: As torcidas organizadas ajudam ou atrapalham o futebol brasileiro?
LFF: Temos que repensar nossa sociedade de um modo geral. As organizadas, no modelo atual, não contribuem em nada pro futebol. Os torcedores comuns, não precisam de alguém pra dizer o que eles têm que cantar. Muitas vezes os clubes ficam reféns desses personagens, que acabam dando volume nas arquibancadas. Se esse modelo não for repensado, é melhor que não existam mais as organizadas. 

GD: Em janeiro, estreou o Esporte Interativo Nordeste. Qual a importância dessa nova emissora?
LFF: É fundamental. O Esporte Interativo Nordeste vem para suprir uma necessidade e ampliar o alcance do esporte nordestino para todo o Brasil. Uma região grande como o Nordeste merecia uma atenção especial e uma maior exposição de suas marcas esportivas. A região nordeste concentra clubes importantes pro futebol brasileiro. Clubes que, muitas vezes, ficavam à margem do noticiário esportivo dos grandes centros. Um dos objetivos é nacionalizar as marcas do esporte nordestino.

GD: Em relação à Copa de 2014, quais são as suas impressões ou constatações? A organização do Brasil, ao final da Copa, poderá ser digna de aplausos?
LFF: Não. Dentro de campo, o futebol mais uma vez vai prevalecer. Os jogos serão um sucesso e todos vão curtir assistir a competição. Mas em termos de organização, das obras e dos gastos, nós – brasileiros – perdemos de goleada. Muito dinheiro gasto em estádios, pouca coisa para a sociedade num modo geral. Infelizmente a Copa do Brasil, não foi feita para os brasileiros. 

GD: Para finalizar, deixe um recado para os nossos leitores que querem seguir a área do jornalismo e nos conte como é trabalhar no Esporte Interativo.
LFF: Trabalhar com o que gosta é muito bom. E eu gosto de esportes e me sinto em casa no Esporte Interativo. Minha dica pra quem quer seguir no jornalismo é estudar bastante e estar atentos às oportunidades. Elas irão surgir. Cabe a nós estarmos preparados.

GD: Obrigado por conceder essa entrevista. Sinto-me honrado em entrevistar um grande narrador. Parabéns e sucesso sempre. Abraços
LFF: Muito obrigado e um grande abraço!

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