Luis Felipe Freitas nasceu no Rio de Janeiro, no dia 19 de janeiro de 1988. Porém, ele não é formado em Jornalismo, e sim em Publicidade/Propaganda, pela ESPM. Atualmente, é narrador do Esporte Interativo.
Abaixo, vocês podem conferir um pouco mais do entrevistado
Gabriel Dantas: Para os futuros leitores, quem é Luís
Felipe Freitas?
Luis Felipe Freitas: Luis Felipe Freitas é carioca, narrador do Esporte Interativo e até hoje
uma criança.
LFF: Na verdade eu sou formado em publicidade/propaganda pela ESPM. Só fui
entrar no mundo do jornalismo quando estava no 7º período da faculdade. Sempre quis trabalhar com esporte, mas não
necessariamente como jornalista.
GD: Quem são os jornalistas e/ou profissionais da comunicação que mais admira?
LFF: Poucos sabem, mas cheguei ao Esporte Interativo para ser produtor (mas
já com o desejo de ser narrador). Passei a ter um contato muito próximo com o
André Henning e o Jorge Iggor, que me ajudaram demais e passaram a ser minhas
maiores referências. Outro que me ajudou no começo dessa jornada e que tenho
muito carinho é João Guilherme.
Mas admiro outros profissionais também.
Luiz Carlos Júnior é um dos narradores mais técnicos que já vi. Gosto
demais do Everaldo Marques, por toda a sua versatilidade.
Tento sempre escutar o maior número de narradores diferentes.
LFF: Os narradores citados anteriormente me inspiraram a ter meu estilo e
virar narrador. Mas quem sempre me motivou a seguir o caminho que eu queria
foram os meus pais.
GD: Como é sua rotina
hoje? Que horas você entra? Tem hora pra sair?
LFF: Não tenho hora exata para entrar e sair. Trabalho de acordo com os
eventos. Sempre que tenho uma transmissão chego com três horas de antecedência,
pra finalizar o material da transmissão.
LFF: O Esporte Interativo é o primeiro.
GD: Como é trabalhar ao
lado de grandes jornalistas do EI, como André Henning, Vitor Sérgio, Henrique
Marques e entre outros?
LFF: É um aprendizado muito grande. Mais do que colegas de trabalho, são meus
amigos e conselheiros.
GD: Para ser narrador,
tem que fazer algum tipo de curso para aprimoramento da voz? Conte-nos como é o
trabalho de um narrador.
LFF: É claro que se tem um cuidado muito grande com a voz. Recomendo visitar
um fonoaudiólogo, fazer aquecimento vocal e exercícios para a voz.
Uma vez vi o Silvio Luiz falando que o narrador é um legendador de
imagens. Nós temos de traduzir o que estamos vendo para o telespectador,
envolvê-lo na transmissão. Pra isso temos que entrar no ar muito estudado,
buscando o maior controle possível sobre tudo que cerca o evento e a
transmissão.
GD: Ser narrador não é
algo fácil. Como fazer para não errar os nomes dos jogadores, já que estes
mudam de posição a todo momento?
LFF: Existem alguns mecanismo que uso para buscar a identificação.
Características físicas, número na camisa, posicionamento e por aí vai. Quando
ainda não sei quem é o jogador, vou “posicionando o telespectador” de outra
forma. Falo o nome do marcador, posição no campo e outras coisas.
GD: Você se lembra
quando estreou no Esporte Interativo?
LFF: Porto 2x2 Olhanense pelo campeonato português em 2010. Fiz a partida ao
lado de Felipe Rolim. Lembro que estava muito nervoso, já que era o primeiro
jogo que eu narrava em toda a minha carreira. Foi uma experiência muito
prazerosa.
GD: Qual foi o melhor e o pior jogo que você narrou?
LFF: Essa é uma pergunta que eu não sei te responder, principalmente sobre o
pior jogo. Pra ficar em um grande jogo que narrei recentemente, fico com
Borussia 2x0 Real Madrid, na volta das quartas de final da UCL 13/14. O Real
acabou se classificando.
GD: Você prefere narrar
NFL ou futebol? Por que?
LFF: Futebol é o carro-chefe. Narrador no Brasil tem que narrar futebol. É o
que te abre portas, o que te leva pra perto do telespectador. Dito isso, eu
adoro narrar NFL. Futebol Americano é um esporte que gosto muito, que tem uma
dinâmica única. Mas o que mais gosto de narrar entre todos os esportes é o
basquete (NBA).
GD: Na maioria dos estádios, vemos que narrador passa por muitos apuros.
Qual foi o maior apuro pelo qual você passou para narrar uma partida de
futebol?
LFF: Nunca tive nenhum problema nesse sentido.
GD: Tem alguma história
curiosa ou engraçada da profissão?
LFF: Fazendo um desses GP´s de vôlei na madrugada, tive uma crise de riso
impressionante. Sorte que o comentarista me salvou. Falou por alguns minutos
até que eu conseguisse me recompor.
GD: Você acredita que
os jornalistas devem ser assumir para qual time torcem?
LFF: Eu não vejo nenhum problema em assumir o clube. Vejo como uma troca
honesta com o leitor/telespectador. Mas pra funcionar bem, o outro lado tem que
entender que as análises e opiniões não tem nenhum motivo “clubístico”. Que são
análises isentas.
GD: Mudando de assunto,
o que achou das 32 seleções classificadas para a Copa do Mundo de 2014? Faltou
alguma seleção que, particularmente, queria?
LFF: Faltou o Ibrahimovic. Ele é um dos
melhores do mundo e gostaria de vê-lo aqui no Brasil. Portanto faltou a Suécia.
De resto estou gostei bastante dos classificados para a Copa, principalmente a
Bósnia. Seleção que já tinha batido na trave e que tem alguns valores
interessantes. Acho que pode ser uma surpresa.
GD: Brasil é favorito
ao título?
LFF: Brasil, Espanha, Alemanha e Argentina. Acho que o título vai ficar com
alguma dessas quatro seleções.
GD: Qual a sua opinião
a respeito dos Estaduais? Devem ser ignorados pelos clubes?
LFF: Gosto dos estaduais, mas o modelo atual está ultrapassado. São muitos
clubes pequenos, sem qualquer propósito de título. Acaba perdendo o interesse.
Se o modelo atual continuar, acho que ignorar seria uma boa opção para os
grandes. Fazer a pré-temporada de forma correta, longa e só entrar com os
titulares na hora que o bicho pegar, nas finais.
GD: Nesse início de
Brasileirão, já dá para arriscar quem serão as equipes postulantes ao título ou
é muito cedo para analisar?
LFF: É muito cedo. Qualquer previsão seria mero chute. Vejo os times
mineiros, os gaúchos, São Paulo e o Fluminense como os principais concorrentes.
Palpite puro.
GD: O que achou da
contratação do Emerson Sheik pelo Botafogo? Você acha que após aquele polêmico
selinho, a carreira dele desmoronou?
LFF: Boa contratação. Sheik é um jogador que consegue fazer o lado de campo e
gols. São características difíceis de serem encontradas em um só jogador.
Botafogo precisa de um cara “broncudo” como o Sheik. Sobre o selinho, acho que
não teve nada ver com o desempenho do atleta. Criou-se uma polêmica
desnecessária.
GD: Sobre a Champions
League, qual é a equipe mais favorita a conquistar o título?
LFF: Acho que o Real Madrid leva essa final. Claro que toda a rivalidade
iguala um pouco as coisas, mas o time do Real é melhor.
GD: Libertadores: os
clubes brasileiros estão passando dificuldades nessa competição. A quem se deve
essas eliminações precoces de Flamengo, Botafogo e Atlético-PR?
LFF: Faltou montar elencos melhores. No futebol você pode se impor pelo
talento individual ou pelo conjunto. Essas equipes não tiveram nenhum desses
fatores.
GD: Futebol Europeu:
Neymar vem sofrendo muitas críticas no Barcelona. Mas ao mesmo tempo alguns
jornalis o elogiam. Você acha que a imprensa "pressiona" o atleta?
Para você, como será o desempenho dele na Copa do Mundo?
LFF: O Barcelona viveu uma temporada de altos e baixos e claro que o
rendimento do Neymar também foi influenciado por isso.
GD: As torcidas
organizadas ajudam ou atrapalham o futebol brasileiro?
LFF: Temos que repensar nossa sociedade de um modo geral. As organizadas, no
modelo atual, não contribuem em nada pro futebol. Os torcedores comuns, não
precisam de alguém pra dizer o que eles têm que cantar. Muitas vezes os clubes
ficam reféns desses personagens, que acabam dando volume nas arquibancadas. Se
esse modelo não for repensado, é melhor que não existam mais as organizadas.
GD: Em janeiro, estreou
o Esporte Interativo Nordeste. Qual a importância
dessa nova emissora?
LFF: É fundamental. O Esporte Interativo Nordeste vem para suprir uma
necessidade e ampliar o alcance do esporte nordestino para todo o Brasil. Uma
região grande como o Nordeste merecia uma atenção especial e uma maior
exposição de suas marcas esportivas. A região nordeste concentra clubes
importantes pro futebol brasileiro. Clubes que, muitas vezes, ficavam à margem
do noticiário esportivo dos grandes centros. Um dos objetivos é nacionalizar as
marcas do esporte nordestino.
GD: Em relação à Copa de 2014, quais são as suas impressões ou constatações?
A organização do Brasil, ao final da Copa, poderá ser digna de aplausos?
LFF: Não. Dentro de campo, o futebol mais uma vez vai prevalecer. Os jogos
serão um sucesso e todos vão curtir assistir a competição. Mas em termos de
organização, das obras e dos gastos, nós – brasileiros – perdemos de goleada.
Muito dinheiro gasto em estádios, pouca coisa para a sociedade num modo geral.
Infelizmente a Copa do Brasil, não foi feita para os brasileiros.
GD: Para finalizar, deixe um recado para os nossos
leitores que querem seguir a área do jornalismo e nos conte como é trabalhar no
Esporte Interativo.
LFF: Trabalhar com o que gosta é muito bom. E eu gosto de esportes e me sinto
em casa no Esporte Interativo. Minha dica pra quem quer seguir no jornalismo é estudar bastante e estar
atentos às oportunidades. Elas irão surgir. Cabe a nós estarmos preparados.
GD: Obrigado por conceder essa entrevista.
Sinto-me honrado em entrevistar um grande narrador. Parabéns e sucesso sempre.
Abraços
LFF: Muito obrigado e um grande abraço!
espetacular
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