Mais um momento especial no blog. Com muita honra, tenho a oportunidade de entrevistar o 50°(quinquagésimo) profissional da área da comunicação. E ele é Felipe Lestar.
Felipe Lestar nasceu em 25 de abril de 1980. É um narrador do canal Premiére FC. Antes da atual emissora, passou pela RIC TV (Apresentador) RedeTV! PR (Diretor
Artístico) E-Paraná (Editor-Chefe). E trabalhou antes de formado como locutor
de FM nas rádios Jovem Pan Santos, Ilha FM, Cia FM e Porta Voz AM.
Felipe formou-se na Universidade Tuiuti do Paraná.
A seguir, vocês terão a oportunidade de conhecê-lo um pouco mais.
Gabriel Dantas: Para os
futuros leitores, quem é Felipe Lestar?
Felipe Lestar: Sou uma
pessoa comum que valoriza as pequenas coisas da vida. Muito mais do que as
coisas materiais, gosto de ficar em casa e curtir a família, receber amigos.
GD: Em que
ano ingressou no Jornalismo? Queria ser jornalista desde criança?
FL: Ingressei
na Universidade Tuiuti do Paraná em janeiro de 2000 .Desde pequeno queria
trabalhar com comunicação .Algo que vem de família ,pois meus avós e pais são
do Rádio e da TV. Com a
decisão de fazer uma faculdade, optei pelo jornalismo exclusivamente para ser
narrador (TV).
GD: Quem
são os narradores que mais admira?
FL: Comecei a
brincar de narrar imitando o Armindo Antônio Ranzolin (narrador da rádio Gaúcha
nas décadas de 90). Admiro também o Galvão Bueno, Pedro Ernesto Denardin e
claro o Osmar Santos.
GD: Como é
sua rotina hoje? Que horas você entra? Tem hora pra sair?
FL: No caso
do Premiére chego ao estádio normalmente duas horas antes do jogo começar. Para
ficar disponível caso seja solicitado participação no “Tá na área” e/ou alguns
minutos depois do término do jogo para o “Troca de Passes” ou “SporTV News”.
GD: Em
quais empresas de mídia já trabalhaste?
FL: As de maiores destaques foram a RIC TV (Apresentador) RedeTV! PR (Diretor Artístico) E-Paraná (Editor-Chefe). E trabalhei antes de
formado como locutor de FM nas rádios Jovem Pan Santos, Ilha FM, Cia FM e Porta Voz
AM.
GD: Para
ser narrador, tem que fazer algum tipo de curso para aprimoramento da voz? Conte-nos
como é o trabalho de um narrador.
FL: Não vejo necessidade de nenhum curso para a voz e
muito menos para se tornar narrador. Só se o camarada tem algum probleminha na fala. Aí indica-se um fonoaudiólogo (risos). Mas o que é legal fazer é uma faculdade de
jornalismo. Primeiro para a aquisição de grandeza cultural, que só um ensino
superior nós dá e para a diferenciação no mercado de trabalho. Hoje em dia não
precisa de faculdade para ser jornalista. Mas sem ele, dificilmente será
contrato por uma grande empresa. Mas, a faculdade não ensina ninguém a ser narrador,
não! Até porque a narração é algo que não se ensina.
Você precisa ter no sangue o talento da comunicação
e com ele, infinita dedicação e treino, para se tornar um bom narrador
esportivo.
Em relação à segunda pergunta como é o trabalho de
um narrador: O narrador acima de tudo precisa estar por dentro
do evento que vai transmitir. Conhecer as regras, e estar muito bem informado
sobre a competição e o que acontece no mundo em geral.
Precisa também ter o espírito de liderança para
comandar uma transmissão e saber tomar decisões com rapidez e agilidade.
GD: Tem
alguma história curiosa ou engraçada da profissão?
FL: Eita!!! São muitas. Uma vez estava fazendo um jogo
em Paranaguá, no estádio Gigante do Itíbere e um senhor que trabalhava no
estádio nos ofereceu um copo d’água entrando na frente das câmeras e aparecendo
ao vivo na transmissão: - Quer água ?? ...Ta geladaaaa !!! Dizia o
simpático senhor com seu bonezinho vermelho. Tentando disfarçar, o nosso comentarista tentava de leve “empurrá-lo” com o ombro para que
ele não entrasse no ar, mas o senhorzinho empurrou com mais força ao ponto de
ficar entre nós e assim aparecendo ao
vivo na transmissão do jogo!
GD: Na sua
opinião, a cobertura esportiva brasileira é satisfatória? Não faltaria, por
exemplo, um pouco mais de jornalismo investigativo?
FL: Em termos de qualidade a cobertura brasileira
é uma das melhores do mundo. Agora em relação ao jornalismo investigativo (no
esporte) ainda estamos muito atrás se comparado com outros países. Acho que
isso não acontece tanto devido a falta de confiança dos jornalistas no
cumprimento da justiça após a denúncia e o medo de represálias. Mas esta prática
jornalística é importantíssima para denunciar irregularidades no esporte. Como
aconteceu na matéria “Dossiê Vôlei” do Lúcio de Castro que revelou negócios
obscuros na CBV.
GD: Mudando
de assunto, o que achou das 32 seleções classificadas para a Copa do Mundo de
2014? Faltou alguma seleção que, particularmente, queria?
FL: A Suécia do Ibrahimovic, de repente. Mas nada tão injusto assim. Acho que as melhores
estarão aqui.
GD: Brasil
é favorito ao título?
FL: Sem
dúvida. Primeiro por jogar em casa e segundo que a seleção engrenou com o
Felipão. Depois da Copa das Confederações o time amadureceu e viu que pode
chegar.
GD: Qual a
sua opinião a respeito dos Estaduais? Devem ser ignorados pelos clubes?
FL: Os
estaduais são importantes para a manutenção da rivalidade local. Acho que
precisa se “repensado” e melhor agenciado. O campeonato Paranaense deste ano
com o formado novo e enxuto devido à copa do mundo está muito mais atraente. O
clube que ignora o regional transfere para si a obrigação de ser campeão de
campeonatos mais difíceis e corre o risco de não ganhar nada no ano.
GD: Segundo
a 'Folha de São Paulo', o Atlético-PR usou dinheiro da construção da Arena da
Baixada, para contratar jogadores. Isso se confirma?
FL: Não sei te
responder e cabe aos órgãos competentes analisarem. O que se sabe é que o
dinheiro saiu da conta da CAP/SA empresa que foi criada para receber os
empréstimos para a reforma da Arena da Baixada. Por outro lado o Atlético alega
que,enquanto aguardava a liberação dos empréstimos do BNDES,emprestou dinheiro
do clube para a CAP/SA e que esse dinheiro envolvido na negociação do jogador
seria o crédito do Clube com a empresa.
GD: Qual foi o melhor e o pior jogo que você
narrara?
FL: Pra mim o
melhor será o próximo jogo, sempre! O pior é aquele você devia ter sido
escalado, mas não foi.
GD: Ser
narrador não é algo fácil. Como fazer para não errar os nomes dos jogadores, já
que estes mudam de posição?
FL: Ótima pergunta.
Realmente narrar e identificar os jogadores corretamente na velocidade do jogo
não é algo fácil. E errar o nome de um jogador uma vez ou outra é até normal. O
que não pode acontecer é ficar errando além do normal. Uma dica que dou é
estudar antes as características físicas dos jogadores que estarão no jogo e
quando não tiver certeza de quem está com a bola não arriscar o nome. Ai você
pode dizer o time está tal ataca pela direita...
GD: Na
maioria dos estádios, vemos que narrador passa por muitos apuros. Qual foi o
maior apuro pelo qual você passou para narrar uma partida de futebol?
FL: Já passei
por alguns apuros. Um inclusive em um jogo que alguns torcedores queriam invadir
a cabine após uma derrota do time. Mas recentemente passei por um “probleminha”
maior. Acabei
fazendo o jogo sem o retorno de áudio. Nós escutamos o comentarista e os repórteres,
mas devido uma pane técnica eu não conseguia ouvir a própria voz nos fones de
ouvido. E imagina isso em um estádio lotado, fazendo um barulho imenso. Você
tentando se concentrar e não tendo muita certeza se as palavras estavam saindo
corretamente. Nesse dia narrar foi um
“apuro” !!
GD: As
torcidas organizadas ajudam ou atrapalham o futebol?
FL: Hoje em
dia, mais atrapalham do que ajudam.
GD: Para
você, existe um cartel na CBF?
FL: Não sei
se existe um cartel. Mas uma “panelinha”. Isso sem dúvida existe.
GD: Em
relação à Copa de 2014, quais são as suas impressões ou constatações? A
organização do Brasil, ao final da Copa, poderá ser digna de aplausos?
FL: O Grande
problema do Brasil é o seu sistema político. Que favorece a incompetência e a
impunidade. Onde já se viu um lugar onde o próprio criminoso julga se seu colega de crime deve ser
condenado ou não?! Meu maior medo antes do anúncio que seriamos sede da Copa
do Mundo era o Brasil ganhar a Copa e o povo pagar caro por isso. Caro, nós já
estamos pagando e a Seleção se quer estreou.
GD: Para
finalizar, deixe um recado para os nossos leitores que querem seguir a área do
jornalismo e nos conte como é trabalhar no SporTV/Premiere FC
FL: Gente!
Quem assiste um profissional narrando ou reportando na TV acaba não vendo o
quanto é complicado e trabalhoso chegar até aquele posto. E é isso
que é o Jornalismo de forma Geral. Muito
trabalho, dedicação e acima de tudo muito amor à profissão. Pra mim,
trabalhar numa grande empresa que tem a Globo como suporte é motivo de
satisfação e prestigio.
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