Pages

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Entrevista com Felipe Lestar

Mais um momento especial no blog. Com muita honra, tenho a oportunidade de entrevistar o 50°(quinquagésimo) profissional da área da comunicação. E ele é Felipe Lestar.

Felipe Lestar nasceu em 25 de abril de 1980. É um narrador do canal Premiére FC. Antes da atual emissora, passou pela RIC TV (Apresentador) RedeTV! PR (Diretor Artístico) E-Paraná (Editor-Chefe). E trabalhou antes de formado como locutor de FM nas rádios Jovem Pan Santos, Ilha FM, Cia FM e Porta Voz AM.

Felipe formou-se na Universidade Tuiuti do Paraná. 

A seguir, vocês terão a oportunidade de conhecê-lo um pouco mais.


Gabriel Dantas: Para os futuros leitores, quem é Felipe Lestar?
Felipe Lestar: Sou uma pessoa comum que valoriza as pequenas coisas da vida. Muito mais do que as coisas materiais, gosto de ficar em casa e curtir a família, receber amigos.

GD: Em que ano ingressou no Jornalismo? Queria ser jornalista desde criança?
FL: Ingressei na Universidade Tuiuti do Paraná em janeiro de 2000 .Desde pequeno queria trabalhar com comunicação .Algo que vem de família ,pois meus avós e pais são do Rádio e da TV. Com a decisão de fazer uma faculdade, optei pelo jornalismo exclusivamente para ser narrador (TV).

GD: Quem são os narradores que mais admira?
FL: Comecei a brincar de narrar imitando o Armindo Antônio Ranzolin (narrador da rádio Gaúcha nas décadas de 90). Admiro também o Galvão Bueno, Pedro Ernesto Denardin e claro o Osmar Santos.

GD: Como é sua rotina hoje? Que horas você entra? Tem hora pra sair?
FL: No caso do Premiére chego ao estádio normalmente duas horas antes do jogo começar. Para ficar disponível caso seja solicitado participação no “Tá na área” e/ou alguns minutos depois do término do jogo para o “Troca de Passes” ou “SporTV News”.

GD: Em quais empresas de mídia já trabalhaste?
FL: As de maiores destaques foram a RIC TV (Apresentador) RedeTV! PR (Diretor Artístico) E-Paraná (Editor-Chefe). E trabalhei antes de formado como locutor de FM nas rádios Jovem Pan Santos, Ilha FM, Cia FM e Porta Voz AM.

GD: Para ser narrador, tem que fazer algum tipo de curso para aprimoramento da voz? Conte-nos como é o trabalho de um narrador.
FL: Não vejo necessidade de nenhum curso para a voz e muito menos para se tornar narrador. Só se o camarada tem algum probleminha na fala. Aí indica-se um fonoaudiólogo (risos). Mas o que é legal fazer é uma faculdade de jornalismo. Primeiro para a aquisição de grandeza cultural, que só um ensino superior nós dá e para a diferenciação no mercado de trabalho. Hoje em dia não precisa de faculdade para ser jornalista. Mas sem ele, dificilmente será contrato por uma grande empresa. Mas, a faculdade não ensina ninguém a ser narrador, não! Até porque a narração é algo que não se ensina.
Você precisa ter no sangue o talento da comunicação e com ele, infinita dedicação e treino, para se tornar um bom narrador esportivo.

Em relação à segunda pergunta como é o trabalho de um narrador: O narrador acima de tudo precisa estar por dentro do evento que vai transmitir. Conhecer as regras, e estar muito bem informado sobre a competição e o que acontece no mundo em geral. Precisa também ter o espírito de liderança para comandar uma transmissão e saber tomar decisões com rapidez e agilidade.
 
GD: Tem alguma história curiosa ou engraçada da profissão?
FL: Eita!!! São muitas. Uma vez estava fazendo um jogo em Paranaguá, no estádio Gigante do Itíbere e um senhor que trabalhava no estádio nos ofereceu um copo d’água entrando na frente das câmeras e aparecendo ao vivo na transmissão: - Quer água ?? ...Ta geladaaaa !!! Dizia o simpático senhor com seu bonezinho vermelho. Tentando disfarçar, o nosso comentarista tentava de leve “empurrá-lo” com o ombro para que ele não entrasse no ar, mas o senhorzinho empurrou com mais força ao ponto de ficar entre  nós e assim aparecendo ao vivo na transmissão do jogo!
  
GD: Na sua opinião, a cobertura esportiva brasileira é satisfatória? Não faltaria, por exemplo, um pouco mais de jornalismo investigativo?
FL: Em termos de qualidade a cobertura brasileira é uma das melhores do mundo. Agora em relação ao jornalismo investigativo (no esporte) ainda estamos muito atrás se comparado com outros países. Acho que isso não acontece tanto devido a falta de confiança dos jornalistas no cumprimento da justiça após a denúncia e o medo de represálias. Mas esta prática jornalística é importantíssima para denunciar irregularidades no esporte. Como aconteceu na matéria “Dossiê Vôlei” do Lúcio de Castro que revelou negócios obscuros na CBV.

GD: Mudando de assunto, o que achou das 32 seleções classificadas para a Copa do Mundo de 2014? Faltou alguma seleção que, particularmente, queria?
FL: A Suécia do Ibrahimovic, de repente. Mas nada tão injusto assim. Acho que as melhores estarão aqui. 

GD: Brasil é favorito ao título?
FL: Sem dúvida. Primeiro por jogar em casa e segundo que a seleção engrenou com o Felipão. Depois da Copa das Confederações o time amadureceu e viu que pode chegar. 

GD: Qual a sua opinião a respeito dos Estaduais? Devem ser ignorados pelos clubes?
FL: Os estaduais são importantes para a manutenção da rivalidade local. Acho que precisa se “repensado” e melhor agenciado. O campeonato Paranaense deste ano com o formado novo e enxuto devido à copa do mundo está muito mais atraente. O clube que ignora o regional transfere para si a obrigação de ser campeão de campeonatos mais difíceis e corre o risco de não ganhar nada no ano.

GD: Segundo a 'Folha de São Paulo', o Atlético-PR usou dinheiro da construção da Arena da Baixada, para contratar jogadores. Isso se confirma?
FL: Não sei te responder e cabe aos órgãos competentes analisarem. O que se sabe é que o dinheiro saiu da conta da CAP/SA empresa que foi criada para receber os empréstimos para a reforma da Arena da Baixada. Por outro lado o Atlético alega que,enquanto aguardava a liberação dos empréstimos do BNDES,emprestou dinheiro do clube para a CAP/SA e que esse dinheiro envolvido na negociação do jogador seria o crédito do Clube com a empresa.
  
GD: Qual foi o melhor e o pior jogo que você narrara?
FL: Pra mim o melhor será o próximo jogo, sempre! O pior é aquele você devia ter sido escalado, mas não foi.

GD: Ser narrador não é algo fácil. Como fazer para não errar os nomes dos jogadores, já que estes mudam de posição?
FL: Ótima pergunta. Realmente narrar e identificar os jogadores corretamente na velocidade do jogo não é algo fácil. E errar o nome de um jogador uma vez ou outra é até normal. O que não pode acontecer é ficar errando além do normal. Uma dica que dou é estudar antes as características físicas dos jogadores que estarão no jogo e quando não tiver certeza de quem está com a bola não arriscar o nome. Ai você pode dizer o time está tal ataca pela direita...
  
GD: Na maioria dos estádios, vemos que narrador passa por muitos apuros. Qual foi o maior apuro pelo qual você passou para narrar uma partida de futebol?
FL: Já passei por alguns apuros. Um inclusive em um jogo que alguns torcedores queriam invadir a cabine após uma derrota do time. Mas recentemente passei por um “probleminha” maior. Acabei fazendo o jogo sem o retorno de áudio. Nós escutamos o comentarista e os repórteres, mas devido uma pane técnica eu não conseguia ouvir a própria voz nos fones de ouvido. E imagina isso em um estádio lotado, fazendo um barulho imenso. Você tentando se concentrar e não tendo muita certeza se as palavras estavam saindo corretamente. Nesse dia narrar foi um “apuro” !!

GD: As torcidas organizadas ajudam ou atrapalham o futebol?
FL: Hoje em dia, mais atrapalham do que ajudam.

GD: Para você, existe um cartel na CBF?
FL: Não sei se existe um cartel. Mas uma “panelinha”. Isso sem dúvida existe.

GD: Em relação à Copa de 2014, quais são as suas impressões ou constatações? A organização do Brasil, ao final da Copa, poderá ser digna de aplausos?
FL: O Grande problema do Brasil é o seu sistema político. Que favorece a incompetência e a impunidade. Onde já se viu um lugar onde o próprio criminoso  julga se seu colega de crime deve ser condenado ou não?! Meu maior medo antes do anúncio que seriamos sede da Copa do Mundo era o Brasil ganhar a Copa e o povo pagar caro por isso. Caro, nós já estamos pagando e a Seleção se quer estreou.  

GD: Para finalizar, deixe um recado para os nossos leitores que querem seguir a área do jornalismo e nos conte como é trabalhar no SporTV/Premiere FC
FL: Gente! Quem assiste um profissional narrando ou reportando na TV acaba não vendo o quanto é complicado e trabalhoso chegar até aquele posto. E é isso que é o Jornalismo de forma Geral. Muito trabalho, dedicação e acima de tudo muito amor à profissão. Pra mim, trabalhar numa grande empresa que tem a Globo como suporte é motivo de satisfação e prestigio.

0 comentários:

Postar um comentário