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sábado, 26 de janeiro de 2013

Entrevista com Zé Boquinha

José Roberto Lux mais conhecido como Zé Boquinha, nasceu em Santa Bárbara d'Oeste, São Paulo, é um ex-jogador, treinador (técnico) e comentarista de basquetebol e futebol brasileiro.

Sua carreira no esporte começou no futebol nas categorias de base do União Barbarense, onde jogou até 1964, chegando a disputar uma pequena parte do campeonato paulista da então terceira divisão de profissionais como quarto zagueiro. Paralelamente, iniciou também uma promissora carreira no basquete do XV de Piracicaba, em 1960 na categoria juvenil e jogou até 1968, onde foi campeão paulista, do interior e hepta campeão dos jogos abertos. depois se transferiu para o Tênis Clube de Campinas, campeão do Interior, campeão de torneios Internacionais. Jogou no Corinthians, em 1971 e 72, campeão Paulista. Com a Seleção Brasileira, foi medalha de bronze nos Jogos Olimpicos Universitarios de Tokyo, Japão, em 1967, e campeão sulamericano no Chile em 1970. Zé Boquinha encerrou sua carreira em 1975.

Zé Boquinha iniciou sua carreira de técnico em 1978, no Tenis Clube de Campinas, e já conquistou seu primeiro título, dos Jogos Abertos do Interior de Americana. Dirigiu equipes como Flamengo, Corinthians, Rio Claro, Tênis Clube de Campinas, UniT-Uberlândia , Goias FC, Universo Brasília, Unit Uberlandia, Monte Libano, SC Sirio, Jales. Alcançou suas maiores conquistas com o basquete da cidade de Rio Claro, sendo campeão sulamericano e Panamericano (Copa América) de clubes no ano de 1995, bicampeão paulista em 1987 e 1995) e os Jogos Abertos do Interior (1988).

Conquistou também o único título da historia do basquete da cidade de JALES, os Jogos Abertos de 1993. Zé Boquinha foi campeão carioca pelo Flamengo, goiano pelo Universo e Mineiro pelo UniT. Foi eleito técnico do ano 4 vezes, 3 em São Paulo, em 1983, 1987 e 1995. Uma no Rio de Janeiro, em 1998. Se afastou das quadras em 2006, com a marca de 1017 vitórias na carreira Zé Boquinha é comentarista de basquete dos canais ESPN desde 1996 (Olimpiada de Atlanta). Devido a sua longa convivencia com o basquete norte-americano, que frequenta desde 1981, com intercambio com Universidades (fez 6 excursões aos EUA, com equipes brasileiras e estágios nas Univ. de Iowa, Arizona, Southern California e na NBA, no Boston Celtics e Dallas Mavericks) é comentarista da ESPN para o basquete dos Estados Unidos. A partir de 2007, tornou-se comentarista de futebol nos canais ESPN e na Rádio Eldorado, em jogos de futebol.

Zé Boquinha aceitou o meu pedido de entrevista. Confira abaixo!

Gabriel Dantas: Para os futuros leitores, quem é José Roberto Lux?
Zé Boquinha: José Roberto Lux nasceu em Santa Barbara d'Oeste-SP. Tem 68 anos, dois filhos e dois netos. Formado em Economia, Administração de empresas e Educação Física.

GD: Quando ingressou no jornalismo? Teve alguma influência familiar?
ZB: O Jornalismo é que ingressou na minha vida. Nos anos 80, quando comecei a comentar basquete na TV Cultura e a escrever artigos na Folha de São Paulo.

GD: Por qual razão você tem o apelido de Zé Boquinha?
ZB: Desde garoto sempre discuti o que achava errado. Passei a ser sinônimo de bocudo. Depois quando me iniciei nos esportes me passaram a chamar de boca, e finalmente quando fui jogar basquete no XV de Piracicaba, virou Zé Boquinha.

GDVocê foi jogador de futebol, basquete e ainda foi treinador. Como foram esses momentos?
ZBComecei minha carreira em Piracicaba, no XV, aos 16 anos, e joguei futebol paralelamente no Uni'ao Barbarense aos 20 anos, onde cheguei a disputar o então Campeonato Paulista de 3ª divisão de profissionais. Joguei basquete ainda, no Tenis de Campinas e Corinthians Paulista, encerrando em 1977. Iniciei como técnico em 1978, no Tenis e dirigi até 2006, quando a péssima e desorganizada administracão da CBB me tiraram a vontade de continuar. Parei e passei a me dedicar exclusivamente à ESPN, onde fazia parte desde 1996, mas de maneira esporádica. Tenho mais de 50 títulos em minha carreira. Como jogador fui hepta-campeão, bi-campeão do interior e campeão Paulista. Bronze em Tóquio. Como tecnico, 1017 vitórias, tri-campeão dos jogos abertos, bi-campeão Paulista, campeão carioca com Flamengo, campeão mineiro, sul-americano e pan-americano de clubes com Rio Claro. Tive tambem um relacionamento muito próximo com o basquete norte-americano, desde 1981, que me ajudou bastante.

GD: Tem algum time de coração?
ZB: Nasci, joguei e fui treinador do Corinthians

GD: Como é trabalhar na ESPN Brasil?
ZB: Espetacular. Na ESPN temos liberdade de expressão, o canal não tem rabo preso com ninguém. Ótimo ambiente.

GD: Mudando de assunto. O que achou da contratação do Pato? O investimento vai sutir efeito?
ZB: Será um grande investimento se ele jogar e não se contundir. Foi uma bela maneira de projetar o clube internacionalmente.

GD: Corinthians tem o melhor elenco do Brasil?
ZB: Ainda não.Os dois laterais não tem conidções de aguentar uma temporada puxada. O Corinthians tem um ótimo e inteligente técnico que sabe manipular um bom elenco.

GD: Na atualidade, quem é melhor? Tite ou Abel Braga?
ZB: Os dois são do mesmo nível.

GD: Palmeiras contratou pouco nessa pré-temporada. pode-se dizer que a equipe vai passar sufoco na Série B e Libertadores?
ZB: Temos falado disso desde o final da temporada. A demora em reforçar o time, vai trazer reflexos negativos durante a temporada.

GD: Qual foi o clube que melhor contratou nessa janela de transferências?
ZB: Santos e Corinthians. Trouxeram jogadores que chegam para jogar e não para serem apenas apostas.

GD: Campeonato Paulista é melhor que o Carioca?
ZB: Muito. Jogar no interior de São Paulo sempre será uma pedreira.

GD: O que espera do Felipão no comando da Seleção Brasileira?
ZB: Eu vejo Seleção Brasileira como uma reunião de melhores jogadores do país, onde a parte tática precisa ser muito sofisticada, onde a liberdade dos craques que desequilibram tem que ser preservada. Uma boa defesa com um técnico que seja mais psicólogo do que qualquer outra coisa e que saiba motivar. É suficiente e no Felipão, isso sobra.

GD: Ronaldinho Gaúcho merece uma vaga nessa nova era da Seleção?
ZB: Pelo o que jogou na temporada passda, sim. Se continuar motivado, pode garantir um lugar.

GD: que achou da estreia do Lucas pelo PSG?
ZB: Razoável. Precisa encontrar seu lugar e desenvolver um jogo, às vezes mais cadenciado e de mais toque de bola, porque não vai sempre que ele poderá dar suas arrancadas. 

GD: Para o Neymar ser o melhor do mundo, o que falta?
ZB: O grande problema é que os europeus só enxergam e votam nos que jogam lá. Talvez, se o Brasil for campeão do Mundo e ele desequilibrar, senão o jeito é ir para o Velho Continente.

GD: Sobre o basquete, você acha que a modalidade precisa de mais investimentos?
ZB: O grande problema do basquete é que falta de trabalho na base. Os grandes clubes não tem mais nada, por isso não surgem mais grandes revelações. A falta de times de camisa, como Corinthians, Vasco, Palmeiras, que está tentando voltar, também contribuem para a falta de espaço na mídia. Temos ainda uma deficiência de técnicos.

GD: Para encerrar, qual é a sua opinião em relação ao NBB?
ZB: A NBB era o que faltava para o basquete se desvincular da CBB. É a solução interna. 

Essa foi a entrevista com o Zé Boquinha. Um craque no futebol e basquete e um gênio nos comentários.


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