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quinta-feira, 12 de julho de 2012

Entrevista com Rodrigo Bueno - Jornalista da Fox Sports

Rodrigo Tadeu Guerra Bueno nasceu no dia 27 de outubro de 1972, em São Paulo, é um jornalista esportivo e colunista.

Formou-se em jornalismo pela PUC-SP. Também cursou educação física pela USP.

Participou do Curso Abril de Jornalismo, para depois se tornar repórter do periódico Folha de São Paulo, em janeiro de 1995.

Na Folha, em 1997, começou a escrever a coluna especializada em futebol internacional no caderno de Esportes. Ainda pelo jornal paulista, fez várias coberturas de grandes eventos internacionais: as Copas do Mundo de 1998, 2002, 2006 e 2010 (sendo as três últimas no exterior), e as Olímpiadas de 1996 em Atlanta (como enviado), participava regularmente dos programas Pontapé Inicial, na ESPN Brasil, e É Rapidinho na ESPN. Nesse ano é comentarista da Fox Sports Brasil e continuará na Folha, agora fazendo do Rio de Janeiro.

Rodrigo é neto de espanhol. Seu avô materno, Manuel Guerra y Guerra, é galego e ajudou a fundar o Galícia Esporte Clube, de Salvador, na década de 1930. Porém seu interesse em futebol internacional veio em especial da Seleção da Holanda do final da década de 1980. Depois de ingressar na carreira jornalística em 1995, se especializou em futebol internacional na coluna escrita no caderno de Esportes da Folha de São Paulo em 1997.

No dia 4 de julho, Rodrigo Bueno aceitou o meu convite para fazermos uma entrevista. Abaixo você confere um pouco desse grande jornalista.

GD: Explique para os futuros leitores, quem é Rodrigo Bueno?
RB: Um jornalista diferenciado.

GD: Teve alguma influência de algum familiar para se dedicar ao jornalismo?
RB: Não, ao contrário. Não tenho pais ou avós ou tios ou irmãos jornalistas. Meu pai preferia que eu fosse jogador de futebol e/ou alguma coisa que ele entendia ser mais segura e rentável para um homem, talvez engenheiro, médico, advogado, profissional de informática, algo assim.

GD: Você já fez várias coberturas sobre a Copa do Mundo, qual foi o momento mais especial que você teve nessa competição?
RB: Foram dois. Primeiro: a final da Copa de 2002, quando senti estar num momento muito especial da carreira, dando orgulho para meus familiares e amigos mais queridos. Tive a exata noção do quanto foi duro chegar até ali e senti mesmo a importância de cobrir aquele título do Brasil, de estar fazendo parte de edições históricas.
Depois, a final da Copa de 2010, que tive a honra de assistir ao lado do Tostão, uma pessoa encantadora, além de ter sido um monstro do futebol e ser um monstro como colunista. Torço pela Holanda e minha família estava toda torcendo pela Espanha, pois seria a última Copa do meu avô galego. Foi um jogo que testou demais meus sentimentos, e acho que o final foi justo, embora meu coração tenha sofrido um bocado e talvez eu nunca mais veja a Holanda numa final de Copa no estádio.

GD: Antes de ir na Fox Sports você trabalhou na ESPN, como foi trabalhar nessa emissora?
RB: Trabalhar na ESPN foi um orgulho enorme, não só pela tradição do canal, que marcou muito minha vida como telespectador, mas também por ter convivido com pessoas que admiro e gosto muito. Não é hipocrisia dizer que a ESPN é uma família. Quase todos no canal se tratam e se gostam mesmo como parceiros, amigos. É um ambiente muito bom de trabalho, algo difícil de encontrar num meio tão competitivo e cheio de vaidades como uma empresa de comunicação, um canal de TV.

GD: Qual foi o momento mais importante que você já presenciou na Fox Sports?
RB: A final da Libertadores na Bombonera. Foi meu batismo de verdade numa transmissão de jogo no estádio. E que responsabilidade! Foi e sempre será a primeira final de Libertadores para o Corinthians, algo que mexeu demais não só com a torcida corintiana como com todas as outras. Era ali a partida mais importante da história do Corinthians no exterior e a primeira decisão mostrada no Fox Sports. Também tive ali a sensação de estar participando da história, tanto da história do Corinthians e da Libertadores como da história de um novo canal de TV no país. 

GD: Tem algum time de coração?
RB: Tenho vários. Não é falsidade dizer que torço pela Holanda para "esconder" que sou são-paulino. Sei que alguns colegas torcem para clubes grandes do país e preferem omitir isso e/ou dizer que curte algum time pequeno para não ter problemas. Respeito os que fazem isso, mas eu prefiro deixar tudo claro. Como sempre curti futebol internacional e isso moveu sempre meu trabalho no jornalismo, desenvolvi carinho e simpatia por diversas agremiações, como Ajax, Liverpool, Real Madrid, Milan, Independiente, Peñarol, Paris SG, Oita Trinita, Cienciano etc. Normalmente torço em cada país para o time de maior tradição internacional, mas acabo adotando times às vezes por ter gostado da cidade, da torcida, de algum jogador etc. Mas minha família quase toda é são-paulina e tive muita influência para torcer pelo Tricolor. Quando me fazem a pergunta sobre time do coração, querem saber mais para qual time torço no Brasil. Digo São Paulo sem problemas, mas curto também por diversas razões o Galícia, o Juventus, o Passense, o Alfenense, o Bonsucesso, o Joinville... 

GD: Quem é melhor: Messi ou Cristiano Ronaldo?
RB: Messi que eu gosto. 

GD: A Espanha é favorita a conquistar o título da Copa do Mundo de 2014?
RB: Sim

GD: Qual é o principal fator que diferencia o futebol espanhol do brasileiro?
RB: Hoje, é a velocidade. O Brasil parece mais um dos tantos times do mundo com pressa de se livrar da bola, de resolver logo as jogadas, e a Espanha esbanja paciência. A seleção espanhola também está muito entrosada, e o Brasil está longe de ter um conjunto.

GD: Por que a seleção brasileira não mostra mais aquele futebol envolvente e encantador de antigamente?
RB: Eu podia citar várias razões, mas vou tratar só de uma. O Brasil não produz mais tantos craques. Há muitos bons jogadores, mas craques mesmo são poucos. Neymar hoje é exceção, ele carregará muita responsabilidade por isso nos próximos anos. Não será fácil para ele. Ok, vou tratar de outra questão também importante. Os técnicos do Brasil, de forma geral, estão muito preocupados com o resultado e pouco ligam para a qualidade do jogo.

GD: Sobre a Libertadores, qual foi o principal fator que diferenciou o futebol do Corinthians do que os outros?
RB: O Corinthians montou um ótimo time sem estrelas, uma equipe que funcionou coletivamente e taticamente muito bem. Mesmo os jogadores de frente ajudavam na marcação. A excelente dupla de volantes deu grande proteção à defesa, que fez história. Claro que o Tite foi o grande responsável por isso, ele vive uma fase excelente desde a reta final do Brasileiro, tomando decisões no momento exato, como barrar o Chicão no Nacional e depois barrar o Julio César no mata-mata da Libertadores. O Corinthians, como um todo, teve muita personalidade, coisa que acho fundamental para conquistar a Libertadores. Nem é preciso um grande elenco para triunfar no torneio, que é curto e mal tem suspensões. Nem é preciso ter um supertime para tirunfar. Mas ter personalidade, como Emerson, Danilo, Cássio, Castán, Ralf, Paulinho e Tite tiveram, é essencial na Libertadores. 

GD: Na sua opinião, quem foi o melhor jogador do Corinthians na Libertadores? E do Boca Juniors?
RB: Considerando a Libertadores toda, poderia citar Danilo e Paulinho. Mas voto no Emerson porque ele decidiu os confrontos da semifinal e da final, os contra Santos e Boca Juniors. Pelo Boca Juniors, o melhor foi mesmo Riquelme. Quando ele subiu de produção, o Boca fez seus melhores jogos. Quando ele não teve inspiração e pernas, especialmente, o Boca sucumbiu.  

GD: Muito obrigado pela entrevista. Espero que a sua campanha no Fox Sports continue. Abraços.  
RB: Um abrááááááço!

Essa foi a entrevista com o Rodrigo Bueno, um jornalista segundo ele próprio diferenciado. 




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