Futebol Feminino em evidência: que seja por muito tempo! (Foto: CBF) |
Nunca se falou tanto em futebol feminino como neste ano. Nem mesmo nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, houve tantos programas esportivos e inclusive jornalísticos dando espaço para as mulheres. E isso é ótimo. É uma nova era! E que seja por muito tempo!
A visibilidade é delas! É para elas! É por elas e por muitas outras mulheres que lutam para entrar nesse cenário.
Escrevendo este texto me recordo de alguns momentos envolvendo o futebol feminino. Em 2004, por exemplo, lembro que comemorei muitos gols da Seleção Brasileira, na Olimpíada de Atenas. Os jogos mais marcantes são a vitória por 1 a 0 sobre a Suécia - gol da Pretinha - na semifinal, e a derrota dolorida e impactante para os Estados Unidos, por 2 a 1. Wambach fez o gol nos últimos minutos. Ah, como machuca! Lembro que tinha oito anos à época e fiquei revoltado, triste.
Naquela época era difícil ter acesso às informações sobre a modalidade. Você não sabia como assistir aos jogos de Marta, Formiga, Cristiane e companhia. A internet ainda não tinha essa força e potência dos dias atuais. Eu só conseguia acompanhar essas mulheres jogando quando havia transmissão - rara, por sinal - na televisão.
Em 2007, aconteceram os Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro. Uma ótima oportunidade para ver a Seleção Brasileira, que teve uma campanha perfeita na primeira fase, vencendo os quatro jogos que disputou. Como não lembrar do 10 a 0 sobre o Equador? E o 7 a 0 no Canadá? Caramba! Que orgulho assistir aos jogos daquelas meninas! Vibrava muito! Nessa época, estava em um apartamento. Devo ter acordado algumas pessoas nos momentos dos gols. A final é sempre especial - e da forma como foi - torna-se inesquecível: um impiedoso 5 a 0 sobre os Estados Unidos, no Maracanã, palco máximo do futebol brasileiro. A Rainha Marta deu seu show!
Poucos meses depois, na Copa do Mundo Feminina, disputada na China, a Marta fez um gol espetacular sobre o mesmo Estados Unidos. Não tem como não se emocionar com a narração do Luciano do Valle, o cara que mais batalhou pelo futebol feminino no país, não tenho dúvidas disso. Ele deve estar muito orgulhoso com o momento atual da modalidade, que vem amplamente sendo tema de vários programas.
Não tem como não contar sobre 2008. Os Jogos Olímpicos de Pequim foram um marco histórico. O 4 a 1 aplicado sobre a Alemanha, na semifinal, é inesquecível. Mas o gol da Lloyd. Outra vez nos minutos finais! Não é possível! Estava em Marília, na casa da minha tia, com 12 anos.
Resumindo: acompanho o futebol feminino há 15 anos. Da televisão passando para as arquibancadas, de onde acompanhei vários jogos e títulos do São José até chegar à assessoria de imprensa do clube. O mundo dá voltas! É mágico!
Vale citar aqui alguns episódios marcantes envolvendo o São José. Em 2011, mais precisamente no dia 30 de novembro, estava no Estádio Martins Pereira. Do setor da arquibancada geral, onde fica a torcida organizada, vi o gol da lateral Poliana Barbosa, de cabeça. Gol do título frente ao Colo Colo, do Chile. Cara, que sensação maravilhosa! Estádio lotado, coisa linda! Mais de 11 mil pessoas acompanhando o primeiro título da Libertadores das Meninas da Águia, como são carinhosamente conhecidas.
Tenho que falar de 2014, porque novamente a Libertadores veio para cá, e o São José fez do fator casa uma ótima oportunidade para conquistar o tricampeonato da competição. Cinco a um sobre o Caracas, da Venezuela. E veja a constelação que estava nesse elenco vitorioso: Letícia Santos, Poliana, Formiga, Andressa Alves e Debinha. Sim, todas essas mulheres estão na França, representando a nossa Seleção no Mundial!
Conhecer a Cristiane foi um dos grandes momentos de 2019 |
E hoje estou aqui, na assessoria de imprensa do clube, trabalhando com a Poliana, que tem uma carreira maravilhosa no futebol, e podendo conhecer craques, como Andreia Rosa e Cristiane. Já tive a honra de tirar uma foto com a Formiga e de entrevistá-la quando eu trabalhava no GloboEsporte.com.
Eu precisava falar (escrever) sobre a minha ligação com o futebol feminino, porque dá a impressão que eu comecei a gostar apenas há um ano e dois meses. E não é verdade! Eu acredito muito nelas! E espero que essa visibilidade não seja apenas em Mundial, Jogos Pan-Americanos e Olimpíadas.
Tem que haver continuidade, assim como no projeto de ter mulheres comentando jogos tanto femininos quanto masculinos. Temos a Ana Thais Mattos como a maior referência na atualidade, mas não podemos esquecer de outras referências - e aqui vale a citação - como tem acontecido nas transmissões do Campeonato Paulista Feminino, efetuadas pela Federação Paulista de Futebol.
Essas mulheres são exemplo de fibra, garra, determinação, perseverança. Enfrentaram - e ainda enfrentam - os olhares preconceituosos e de desconfiança de muita gente.
Joguem como meninas! Lutem como mulheres! Não desistam! Nunca!
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