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segunda-feira, 8 de junho de 2015

Neymar realiza seu sonho e o futebol agradece; porém comportamentos precisam ser revistos


Lembro-me de que em 2010, o técnico Renê Simões, à época treinador do Atlético-GO, disse que Neymar seria um monstro. Mas não pelo seu futebol. E, sim, pela sua atitude. Coleciona gols e desafetos. É um capeta em forma de guri. Cinco anos se passaram, e o craque do Barcelona ainda é um capeta, mas agora no futebol, com seus dribles e gols.

O atacante santista bateu o pé para a ordem de Dorival Júnior, que mandou Marcel cobrar o pênalti, na vitória sobre o Atlético-GO, por 4 a 2. O jogador teria ofendido o técnico depois.

Renê Simões pediu para que o educasse. Demorou para acontecer tal ato. Rebeldia. A mídia o colocava como um 'deus'. Os cortes de cabelo foram mudando com o passar do tempo. Aderiu aos alisadores, moicanos e tons aloirados. Converteu-se numa celebridade. O que o dinheiro e o poder não fazem, não? Fechou contratos milionários. Virou estrela. Da mídia.

O seu futebol foi aparecendo aos poucos. Com a saída de Dorival Júnior, Neymar sentiu-se completo. Não seria mais agredido verbalmente em campo. Poderia aprontar. E aprontou. Festas com famosos, seguidores nas redes sociais, vários fãs-clubes. Dentro das quatro linhas, Neymar foi crescendo. Começou a ser decisivo. Especulou-se que ele deveria ter sido convocado para a Copa de 2010. Exagero, ao meu ver. Paulo Henrique Ganso, seu companheiro no Santos, era muito mais técnico, tinha mais qualidade.

O mundo dá voltas. E deu. Ganso se apequenou. Neymar, agigantou. Tanto crescimento fez com que sondagens no mercado internacional fossem aparecendo. O Santos deve uma Copa Libertadores ao jovem garoto. Foi em 2012, contra o Peñarol, do Uruguai.

O próximo desafio era o Mundial de Clubes. E a sondagem aumentando. Naquela decisão contra o Barcelona, vencida pelo time catalão, por 4 a 0, o camisa 11 já era do Barcelona. Já tinha contrato assinado, através de seu pai e empresário - Neymar. Como aponta o livro 'O lado sujo do futebol'.

O que seria do menino que teve o início no futebol de salão no litoral de São Paulo? Dia 3 de junho de 2013. Apresentação oficial no Camp Nou. Neymar chorou e disse que realiza “sonho de menino”, em sua primeira entrevista coletiva como jogador do Barcelona. Arriscou algumas palavras em catalão. Estava tímido. Mas não era. Queria causar uma boa impressão, apenas.

Como seria o desempenho e a evolução na Espanha? No Santos a tática era, toca pro Neymar que ele sai correndo e driblando (e tomando inúmeras faltas) e resolve. Pois é. Por sua vez, no Barcelona, ele não é o único capaz de resolver numa jogada, mas ainda o faz. O diferencial: ele tem Messi ao seu lado. Tem Xavi e Iniesta, que apoiam. Dois laterais que sobem ao ataque. Aí, tudo fica mais fácil.

Em 2012, Muricy Ramalho havia dito que Neymar tinha que ir embora para a Europa, pois aqui não tinha mais como evoluir. Ele estava certo. O camisa 10 da seleção brasileira evoluiu. Continua vaidoso com seu cabelo. Ainda quer manter a forma. Ainda assina contratos milionários. É idolatrado por onde passa.

Olha, eu não tenho inveja do craque. Nunca fui bom em jogar futebol. Ficava apenas solitário no campo de ataque. E ainda fico, quando surge uma partida. Eu não tenho inveja se ele já namorou atriz global, pegou uma gata do Instagram, pegou mais uma, duas, três, quatro, cinco, seis. Eu não tenho inveja se ele torra dinheiro. Pouco importa.

Tenho inveja de ele estar num dos melhores clubes do mundo. Quantos garotos não queriam estar lá? Assim como eu. Quando criança, tinha sete ou oito anos, sempre assistia aos jogos dos campeonatos europeus, e sempre pensava: um dia, quero estar lá. Mal sabia eu que não pudia jogar futebol ou fazer qualquer tipo de exercício físico forçado. Uma cirurgia no coração me proibiu de seguir o meu futuro sonho de ser jogador de futebol.

Uma única postura que não me agrada, e não fica preso somente ao Neymar, mas sim com todos os jogadores de futebol: discurso clichê, pronto, após uma derrota ou vitória. Principalmente nesta. Quando um time vence e um jogador é convocado para dar entrevista, ele logo diz: "Graças a Deus vencemos esta partida". Sério, não consigo entender.

Quer dizer que o Deus do jogador perdedor é inferior? Lógico que não. Deus é um ser único. Que nos abençoa com sua dádiva em todos os momentos.


Neymar é dizimista fiel, chega a dar até R$13 mil por mês de dízimo para a Igreja Batista Peniel, como informou a revista Veja São Paulo. Desde criança o atacante do Barcelona e da seleção brasileira tem a prática de honrar a Deus através dos dízimos. Quando criança colaborava com R$ 10 ou R$ 20 mensalmente, conforme lembra Newton Lobato, pastor da igreja.

Não quero me prolongar neste assunto. Vamos retomar ao futebol.

Neymar tem apenas 23 anos. Conquistou Campeonato Paulista, Copa do Brasil, Libertadores, Copa do Rei, Campeonato Espanhol e, agora, a tão sonhada Champions League, que numa entrevista que ele concedeu antes da final, afirmou que jogava com o Barcelona neste tipo de campeonato e que sempre vencera. O sonho de videogame agora é real. Ele estava lá! E fez um gol. Poderia ter sido dois gols numa decisão. Mas a mão o impediu de tal honraria.

Neymar ainda não é tão vitorioso em relação a outros grandes craques, como Pirlo, Iniesta, Xavi, Messi e Cristiano Ronaldo. Entretanto, vai somando troféus na medida em que entorta zagueiros e laterais. E só tem 23 anos.

O talento dele faz com que seja diferente. A humildade cresceu, Mas, calma, Neymar. Algumas atitudes suas precisam ser repensadas e corrigidas.

Não faça dancinha ou tente dar uma carretilha numa final de campeonato.

Não caia em prantos antes de um jogo de Copa do Mundo ou qualquer disputa por título.

Responda às perguntas sobre o que você fez em campo.

Aja como homem, e não como moleque, embora esteja mais amadurecido do que há quatro anos.

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