Quando o relógio do segundo tempo marcava 38 minutos, a torcida do Corinthians vivia ali a expectativa do gol de empate. A essa altura, o placar apontava 2 a 1 para o Nacional-URU. Era jogo de volta das oitavas de final da Libertadores. Na partida de ida, o empate em 0 a 0. Acertar o pênalti seria um momento que iria além da felicidade e explosão das arquibancadas da Arena Corinthians. Representaria que a chance de conseguir uma virada inédita estava aberta.
André quis assumir a responsabilidade. Havia sido o único jogador que acertou a cobrança contra o Audax, pela semifinal do Campeonato Paulista. Além disso, fora o responsável por levar o jogo às penalidades máximas. Porém, uma nuvem negra, um clima nebuloso pairava sobre o atacante do Timão. Não parecia tão confiante para bater. Tanto que Marquinhos Gabriel, recém-contratado e que sofrera a falta dentro da área, colocou a bola embaixo dos braços, mas o camisa nove a pegou e disse "deixa comigo".
A velha catimba uruguaia veio. Goleiro e zagueiro fazendo de tudo para desconcentrar (ainda mais) o jogador de apenas 25 anos, mas que já passou por Santos, Atlético-MG e Sport antes de acertar com o alvinegro paulista.
O juiz apitou. Era a hora da verdade. André foi em câmera lenta, fez a paradinha (duas, por sinal). E bateu fraco. Deu de presente para o arqueiro do time uruguaio. Ah, André! Que soberba absurda! Bate forte, no alto. Chuta forte! A responsabilidade se tornou em irresponsabilidade. As vaias e os xingamentos eram evidentes. Ficada cada vez mais forte quando ele tocava na bola.
André está devendo (e muito) até aqui. Podemos comparar a sua fase com o outro atacante, que recentemente deixou o Corinthians. Vagner Love também ficou em dívida por um bom tempo. A cada gol perdido, a cada passe errado, crescia proporcionalmente o número de torcedores desconfiados e irritados com a sua postura em campo.
Só que a fase final de Love no Timão foi boa. Melhorou sua forma física, cresceu e renasceu das cinzas, fazendo gols importantes e encaminhando o título do Campeonato Brasileiro no ano passado. Não sei se o André vai conseguir repetir a história, o roteiro do camisa 99. André não é um jogador aplicado taticamente. Tite precisa entender isso. Lucca e Romero são melhores. Fato é que o Corinthians precisa de um atacante fixo, verdadeiro camisa 9, senão vai sofrer no Brasileirão e Copa do Brasil.
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