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quarta-feira, 2 de março de 2016

A Ferroviária é exemplo para o futebol brasileiro

Hoje, quem pratica o melhor futebol no cenário paulista é a Ferroviária. Que aplicação tática perfeita! Pressão na saída de bola, toques curtos e precisos, pensa no coletivo. Esta aí a receita para o time ser o destaque. É só os técnicos brasileiros copiarem. Afinal, quem comanda a Ferrinha é o português Sérgio Vieira, que pode ser apontado como um discípulo de José Mourinho, consagrado técnico lusitano. 

Vale, aqui, um dado interessante: quando o time de Araraquara subiu da Série A2 para a elite do Campeonato Paulista, o responsável por escrever essa história foi Milton Mendes, que logo depois aceitou o convite e foi treinar o Atlético-PR. O português Sérgio Vieira, atual treinador, trabalhava no próprio time paranaense. Por meio da parceria do Furacão com o Guaratinguetá, que hoje está na Série A3 do estadual e disputa a Série C do Campeonato Brasileiro, Sérgio foi o responsável por arrancar o Tricolor do Vale e impedir que o clube fosse rebaixado para a quarta divisão nacional. 

A Ferroviária entra em campo com a missão de ter a posse de bola o máximo de tempo possível. Filosofia simples. Usa a agressividade na transição defesa-ataque, e quando é necessário se recompor, usa da marcação em linha. Quem observa o desempenho do clube na atual edição pode fazer uma análise simplista e dizer que apenas é uma fase. Discordo. 

O time complicou a vida de Corinthians e Palmeiras. E não é de hoje. Basta recordarmos a Ferroviária de 1960, que tinha em seu esquadrão: Rosan, Zé Maria, Antoninho, Lucas, Dirceu e Rodrigues, Faustino, Baiano, Bazani, Beni e Dudu. Essa formação vencera o famoso time do Santos de Dorval, Zito, Pagão, Pelé e Tite por 4 a 0. 

Voltando à fase atual, os comandados de Sérgio Vieira preferem cadenciar o jogo, pensar na melhor estratégia possível para reter por mais tempo a posse de bola. Por isso, as bolas longas para o ataque só acontecem em caso de necessidade. O trabalho é de pé em pé. Podemos compará-lo ao Osasco Audax, comandado por Fernando Diniz, que implementou o estilo tiki-taka, tão conhecido no Barcelona, aqui no Brasil. Vieira faz o mesmo. 

E pensar que os grandes treinadores que aqui estão, casos de Muricy Ramalho, Tite, Marcelo Oliveira, Roger Machado, não conseguem com tanta proeza estudar uma metodologia aplicada. Tite e Roger fizeram isso em 2015, quando seus times - Corinthians e Grêmio, respectivamente, - eram considerados os melhores nesse quesito. Atualmente, os dois times apresentam um futebol bem abaixo do esperado. Com o Timão, era notório que o ritmo e a qualidade tivessem uma relativa diminuição, vide à debandada do elenco titular. As peças que chegaram ainda buscam o melhor ritmo de jogo. Já o Grêmio, conseguiu manter a base e ainda se reforçou, mas está longe do nível apresentado. 

A Ferroviária é exemplo, atualmente, para o futebol brasileiro. E os frutos do treinador português serão colhidos. 

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