Foi difícil. E não apenas uma vez. Várias vezes.
Como é difícil lidar com perdas, tragédias, sonhos interrompidos.
Parece cena de filme. E filme repetido.
Hoje era mais um dia de trabalho. Ao chegar ao treino do São José Futebol Feminino, o treinador logo avisou sobre o ocorrido no Ninho do Urubu, CT do Flamengo.
Um incêndio de grande proporção atingiu o alojamento dos garotos do Ninho. Meu Deus!
Acessei o GloboEsporte.com e demais portais, e lá estava as primeiras informações...segurei o choro. Dez vítimas. Dez vidas silenciadas. Dez atletas (agora confirmados) que tiveram o fim de carreira mais trágico que alguém pode imaginar.
Meu Deus!
Como lidar com essa situação? Minha primeira reação foi orar em silêncio pelos familiares. Pedi a Deus que confortasse o coração de todos.
Depois, uma humilde homenagem nas redes sociais. Manifestação de solidariedade. Não há jogo, não há vitória, não há adversário. Estamos todos juntos em um só pensamento.
Hoje, lembrei do dia 29 de novembro de 2016. Ao acordar e ligar a televisão, me deparei com o Hora Um, programa jornalístico da TV Globo, noticiando a queda do avião que transportava a delegação da Chapecoense.
Meu Deus!
Ali, foi difícil de trabalhar. À época, eu estagiava no GloboEsporte.com, aqui em São José dos Campos. As palavras demoraram a sair nas matérias, prestava mais atenção no noticiário do que propriamente na ronda que eu costumava a fazer. Que difícil.
Na tragédia da Chapecoense, haviam dois atletas com passagem pelo Guaratinguetá. Fiquei responsável por escrever a matéria. Com certeza a matéria mais doída e triste que escrevi na vida.
O jornalismo é muito importante. Nossa função é noticiar com equilíbrio, imparcialidade, e buscar as respostas às perguntas que todos querem saber. É uma profissão que me orgulha muito. Você tem a oportunidade de contar, descobrir histórias.
Nesse momento de dor, fica quase impossível segurar as lágrimas, manter a retidão.
O coração ficou apertado. E a tragédia com Sala, atacante do Nantes que estava indo para Cardiff? Que angústia! O coração fica apertado a toda e qualquer notícia triste e lamentável que ouço, vejo e leio. Que lástima!
Mas, em meio aos fatos ruins, sempre há plantações de solidariedade, amor, gestos genuínos. Fico com a pureza das respostas das crianças, como o vascaíno que levou flores, acompanhado do pai, no CT do Ninho do Urubu. Que cena linda e confortante. Eu fico com o abraço da Dona Ilaídes, mãe de Danilo, vítima do voo da Chapecoense, no repórter Guido Nunes, do SporTV.
São esses momentos que aquecem o coração!
Que mais sonhos não sejam interrompidos!
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