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quinta-feira, 16 de novembro de 2017

O tempo é o melhor remédio: parabéns, Carille!

Fábio Carille merece respeito (Agência Corinthians)
22 de dezembro de 2016. Na tarde daquela quinta-feira, Fábio Carille foi oficializado como novo técnico do Corinthians, após frustrações com Cristóvão Borges e Oswaldo de Oliveira. Verdadeiramente foi uma aposta. Pouquíssimas pessoas o conheciam. Mas ele tinha uma história dentro do clube. Trabalhou com Mano Menezes e Tite, de quem foi auxiliar na conquista do hexa do Campeonato Brasileiro, em 2015.

Com os investimentos altos dos rivais, criou-se a tal hipótese da "quarta força", "primo pobre", "um time que brigaria para não passar vergonha". O primeiro teste de fogo foi na Flórida Cup, em janeiro, quando o Timão perdeu a decisão para o São Paulo, comandado à época pelo Rogério Ceni.

No Campeonato Paulista, a estreia foi contra o São Bento. Vitória por 1 a 0, gol polêmico de Jô, de pênalti. Mas, jogo a jogo (filosofia implantada desde o início por Fábio), o time foi ganhando, adquiriu confiança e se classificou como primeiro colocado de sua chave e segundo na classificação geral do estadual. Passou pelo Botafogo-SP, eliminou o rival São Paulo e faturou o título sobre a Ponte Preta, revivendo aquela decisão marcante de 1977.

No Brasileirão, a história parecia ser diferente. Afinal, Flamengo, Atlético-MG e Palmeiras (não necessariamente nessa ordem) eram apontados como super favoritos ao título. O empate por 1 a 1 com a Chapecoense, em plena Arena, alimentou aquilo que muitos comentaristas já explanavam: vai brigar para não cair, mesmo após ter conquistado o Paulistão.

Mas a história mudou a partir da quarta rodada, quando vence o Santos por 2 a 0, na mesma Arena Corinthians. Na rodada seguinte, no Rio de Janeiro, triunfo (e com goleada) sobre o Vasco, 5 x 2. Ali, o time de Carille assumiu a liderança. E não abandonou mais! Fez um primeiro turno perfeito, respondeu aos críticos na bola, dentro de campo! Superou os elencos caros e conquistou na noite de ontem o heptacampeonato!

Nenhum clube ganhou mais que o Timão, vencedor de absolutamente tudo desde 2009, quando retornou à Série A do Brasileirão, após ter sido campeão da Série B no ano anterior, sob o comando de Mano Menezes.

Da desconfiança ao sucesso. De desconhecido ao responsável por confiar e recuperar jogadores em baixa. Giovanni Augusto e Kazim, com suas limitações, se tornaram peças importantes nas rodadas finais e fizeram a diferença. De desacreditado em 2016, Jô virou o líder do grupo, responsável por 18 gols, decisivo e que sonha em voltar à seleção brasileira, para, quem sabe, jogar a Copa da Rússia.

A quarta força fecha 2017 com dois títulos. Não despencou na tabela, conforme apontou Renato Gaúcho. Parabéns, Carille! Jogo a jogo, você provou que futebol não é decidido em palavras, frases feitas ou teorias de conspirações. A resposta é na bola! 

Apesar da queda técnica no returno e de algumas convicções erradas, a meu ver, principalmente no que tange às escalações, o título está aí! Comprovado e merecidamente! Venceu o futebol objetivo, pragmático!

E vale um adendo para a gestão do Corinthians. Entre 1º de janeiro de 2008 e 31 de dezembro desse ano, teremos um total de 10 anos. Nesse período terão passado somente 6 treinadores, sendo que dois foram para a seleção (Mano Menezes e Tite). O modelo de jogo está implantado, no sangue! Ou seja, o tempo é o melhor remédio.