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quinta-feira, 23 de junho de 2016

Cristóvão Borges e a chance de ouro

Foto: Divulgação
Entre tantos nomes sondados e procurados, o Corinthians optou por trazer um técnico de pouco calibre para substituir aquele que escreveu lindas histórias e se tornou o maior de todos os tempos - Cristóvão Borges é a bola da vez. A escolha dividiu opiniões entre os torcedores e boa parte da imprensa.

Na questão dos torcedores, ela tem que ser entendida. Afinal, perdeu Tite para a seleção brasileira. A chegada de Cristóvão não foi aceita, mas precisa ser tratada com naturalidade e confiança. A comparação entre os dois nomes envolvidos me parece injusta. Pela imprensa, alguns membros torceram o nariz, mas nada pode ser feito. A decisão vem de cima.

O primeiro conquistou tudo o que podia pelo clube, inclusive a gratidão, palavra dita por ele em sua homenagem de despedida, na Arena Corinthians. Já o segundo não vem de bons trabalhos e tem em suas mãos uma pepita de ouro a ser muito bem lapidada, e um piano nas costas para ser carregada.

Cristóvão já atuou pelo Corinthians como jogador. Defendeu o clube nos anos 80. Sabe da responsabilidade que vai exercer. Porém é preciso separar o joio do trigo. Do trabalho de Tite vai restar apenas o legado. Daqui a instantes, uma nova fase do Timão se inicia. É a Era Cristóvão. Um novo método, um novo conceito. Nova mentalidade.

O que se espera é que aquele treinador que comandou o Vasco em 2011 e 12 quando, por coincidência, duelou com o Corinthians de Tite pelo Brasileiro e Libertadores, tenha a mesma performance. Não teve medo de encarar o adversário, colocou um time ofensivo e por pouco não fez história.

Cristóvão pode ser um novo Claudio Ranieri, treinador do Leicester, porquê não. Muitos o tacharam como "velho, desconhecido, desatualizado". Não vejo e muito menos penso assim. O treinador é experiente, tem seus pontos positivos e pode levar o Corinthians a conquista de títulos.

O novo treinador corintiano chega sem fazer barulho. Vai comer pelas beiradas, mostrar seu potencial, e aos poucos vai ganhando a confiança da torcida. Pela primeira vez, ele comanda um time paulista.

Um dia todos nós fomos novatos. A experiência foi sendo conquistada aos poucos, com muito suor, empenho e comprometimento. Cristóvão tem isso. Pelo tempo fora dos gramados e por ser um sujeito boa praça, chegou a vez da oportunidade de ouro. Deixe ele mostrar seu valor.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Paulista sub-20: Corinthians goleia Taubaté; São Paulo bate Bragantino

Pela sexta rodada do Campeonato Paulista sub-20, o Corinthians goleou o Taubaté por 6 a 0 nesse domingo, 12, com destaque para Fabricio Oya, de apenas 16 anos, que anotou três gols. O São Paulo também fez o dever de casa e bateu o Bragantino por 3 a 0, com dois gols de João Paulo e um de Frizzo.

Com o resultado, o Corinthians assumiu a liderança do grupo 3 da competição, com 13 pontos, e manteve a invencibilidade no campeonato. Em cinco jogos disputados até aqui, são quatro vitórias e um empate. Já o Taubaté aparece em sexto, somando sete pontos.

O São Paulo é o quarto na tabela, com 11, e também está invicto. São três vitórias e dois empates. Com as derrotas, Bragantino e Taubaté ocupam, respectivamente, a sexta e a sétima colocação, com sete pontos.

Na próxima rodada, o Corinthians visita o Bragantino, em Bragança Paulista. O jogo será realizado neste sábado, 18, às 15h, no estádio Nabi Abi Chedid. No mesmo dia e horário, o Taubaté pega o São José dos Campos FC, lanterna do grupo, ainda sem pontuar.

segunda-feira, 6 de junho de 2016

A imagem e a emoção

Reprodução: Premiere FC
Recentemente completei 20 anos. Nesse tempo já me emocionei com várias coisas. O gol do título do meu time; uma surpresa; reunião de amigos; os fogos que celebram o fim e o início de um ano. Mas o que causa mais emoção é ver cenas ligadas ao futebol. Os ídolos quando se despedem de um time do coração, a homenagem da torcida para um atleta que honrou aquele manto; o minuto de silêncio ensurdecedor. 

Aqui, neste espaço, já critiquei o humorista Fábio Porchat, por ter dito que "não tem lógica nenhuma torcer que nem um imbecil" e quem que torce para um time de futebol é um inútil. Utilizei como exemplo - e ratifico isso novamente - o exemplo do menino Matheus. Ele sofre de uma doença rara e não esconde a sua paixão pelo Cruzeiro, é fã do atacante Willian. E tinha um sonho: ter o seu nome gritado no Mineirão. E conseguiu realizar esse feito num domingo, dia 8 de novembro. Seu nome foi gritado pelos torcedores cruzeirenses. 

E neste domingo, 5 de junho, a emoção bateu forte novamente. No intervalo de Flamengo 1 x 1 Palmeiras, no estádio Mané Garrincha, valentões de uma torcida organizada do Verdão quis atrapalhar o espetáculo e promover a baderna. Invadiram o setor dedicado aos flamenguistas. E conseguiram a proeza de chamar a atenção. A Polícia foi acionada e gás de pimenta foi lançada. Como o vento bate a favor, o cheiro do gás invadiu as cabines de transmissão, outros setores do estádio e até mesmo chegou ao gramado, onde os jogadores já estavam se preparando para retomar a peleja. 

No meio dessa confusão, deparo-me pela televisão com uma das cenas mais tristes e revoltantes. Um pai decide sair da arquibancada. Junto aos seus braços, ele sai carregando um filho deficiente físico no colo. Aos prantos e beijos carinhosos no rosto do filho como sinal de proteção, A criança passou mal com gás da PM. 

Isso mostra que ainda tem muita coisa errada aqui. Muitos até dirão que o culpado seja o pai por levar o filho. Não!!! Esporte é família. Talvez tenha sido a primeira vez que aquele pai e filho estiveram juntos em um ambiente de futebol. São palmeirenses e queriam ver o seu time em ação. Agora, pergunto: será que eles vão retornar um dia aos estádios? 

É de cortar o coração e enxugar as lágrimas com um pacote de lenço. Eu não aguentei. Chorei e hei de chorar mais. A minha vontade era abraçar ambos. Confortá-los. É difícil controlar esses momentos emotivos que tocam e revoltam. 

Eu espero que tanto o pai quanto a criança estejam bem. Que eles consigam ter paz e esqueçam do que aconteceu no Mané Garrincha, em Brasília. A vitória palmeirense por 2 a 1 deveria ser dedicada a eles. Seria muito justo. 

Para encerrar, deixo o seguinte questionamento: odiamos por qual motivo? A troco do quê?