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Na questão dos torcedores, ela tem que ser entendida. Afinal, perdeu Tite para a seleção brasileira. A chegada de Cristóvão não foi aceita, mas precisa ser tratada com naturalidade e confiança. A comparação entre os dois nomes envolvidos me parece injusta. Pela imprensa, alguns membros torceram o nariz, mas nada pode ser feito. A decisão vem de cima.
O primeiro conquistou tudo o que podia pelo clube, inclusive a gratidão, palavra dita por ele em sua homenagem de despedida, na Arena Corinthians. Já o segundo não vem de bons trabalhos e tem em suas mãos uma pepita de ouro a ser muito bem lapidada, e um piano nas costas para ser carregada.
Cristóvão já atuou pelo Corinthians como jogador. Defendeu o clube nos anos 80. Sabe da responsabilidade que vai exercer. Porém é preciso separar o joio do trigo. Do trabalho de Tite vai restar apenas o legado. Daqui a instantes, uma nova fase do Timão se inicia. É a Era Cristóvão. Um novo método, um novo conceito. Nova mentalidade.
O que se espera é que aquele treinador que comandou o Vasco em 2011 e 12 quando, por coincidência, duelou com o Corinthians de Tite pelo Brasileiro e Libertadores, tenha a mesma performance. Não teve medo de encarar o adversário, colocou um time ofensivo e por pouco não fez história.
Cristóvão pode ser um novo Claudio Ranieri, treinador do Leicester, porquê não. Muitos o tacharam como "velho, desconhecido, desatualizado". Não vejo e muito menos penso assim. O treinador é experiente, tem seus pontos positivos e pode levar o Corinthians a conquista de títulos.
O novo treinador corintiano chega sem fazer barulho. Vai comer pelas beiradas, mostrar seu potencial, e aos poucos vai ganhando a confiança da torcida. Pela primeira vez, ele comanda um time paulista.
Um dia todos nós fomos novatos. A experiência foi sendo conquistada aos poucos, com muito suor, empenho e comprometimento. Cristóvão tem isso. Pelo tempo fora dos gramados e por ser um sujeito boa praça, chegou a vez da oportunidade de ouro. Deixe ele mostrar seu valor.